Reforma curricular na educação infantil: entreolhares e intraolhares da coordenação pedagógica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Novaes, Joana Inês
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192779
Resumo: Essa pesquisa tem por objetivo investigar as percepções dos coordenadores pedagógicos da Educação Infantil da Rede Municipal de São José do Rio Preto, a respeito da etapa de consulta pública no processo de reforma curricular encadeadas pelos documentos curriculares: Base Nacional Comum Curricular e o Currículo Paulista, considerando suas ações articuladoras, mediadoras e formadoras. Para tal intento, apoiamo-nos no arcabouço teórico de Jürgen Habermas, especificamente nos conceitos de Ação Comunicativa e Esfera Pública. Acreditamos na relevância de reunirmos os coordenadores pedagógicos para essa discussão, pois de maneira geral os educadores têm reduzida capacidade de participar da construção das políticas educativas, e envolvendo-os em espaços de discussões podemos buscar a constituição de uma Esfera Pública como uma estrutura comunicacional escorada nas Associações Livres, onde esse aspecto poderá ser debatido. O estudo contou com uma análise documental sobre os documentos curriculares nacionais, estadual e municipal. Houve também o levantamento de produções acadêmicas sobre a coordenação pedagógica na Educação Infantil e pesquisas que envolviam Teoria do Agir Comunicativo em contextos educativos. Participaram do levantamento de campo seis coordenadores (as) pedagógicos (as) que foram envolvidos (as) em duas conversações: uma individual e outra coletiva em um grupo. Como resultados da análise dos documentos curriculares traçamos um quadro comparativo entre o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Currículo Paulista, notamos que: houve mudança no caráter legal de cada documento, na concepção sobre criança e infância e na organização curricular. Mesmo com essas constatações notamos que racionalidade instrumental tem tentado colonizar a Educação Infantil por meio de documentos curriculares prescritivos. Notamos que as concepções e encaminhamentos propostos nos documentos nacionais se replicaram nos documentos municipais. Nas conversas individuais os participantes caracterizaram seus discursos sobre os fazeres, olhares necessários no exercício da função e as mudanças curriculares. Na conversa coletiva, os participantes relataram que o aligeiramento nos prazos de consulta pública dos documentos BNCC e Currículo Paulista, impossibilitaram debates mais aprofundados e críticos, a propaganda encadeada pelo Ministério da Educação incomoda os coordenadores participantes, pois pode levar a uma culpabilização dos educadores. A conversa coletiva apresentou indícios de estabelecimento de Esfera Pública, onde os participantes se expressaram de forma livre e verbalizaram seus discursos de forma crítica e pública, buscando o Entendimento. Acreditamos que o trabalho tenha reverberado a necessidade dos atores educativos serem envolvidos nas discussões das políticas curriculares de forma mais aprofundada e com mais vagar, para que haja uma participação mais reflexiva e crítica.