Educação especial, comunicação e currículo escolar : a aprendizagem como decorrência da experiência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Correia, Gilvane Belem
Orientador(a): Baptista, Cláudio Roberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/253073
Resumo: O presente estudo tem por objetivo analisar o processo interativo e comunicacional implicado na aprendizagem de estudantes público-alvo da educação especial em contextos educacionais do ensino comum. Diante de narrativas que afirmam que algumas pessoas não aprendem, principalmente aquelas que não dominam a leitura e a escrita, este estudo busca compreender como são invisibilizadas as aprendizagens que sempre ocorrem e como seria possível percebê-las. Com base no pensamento sistêmico, representado principalmente por Gregory Bateson e Francisco Varela, parte-se da premissa que estar vivo é condição propiciadora de aprendizagem. Interroga-se: Como o corpo pode estar relacionado com uma dimensão comunicacional que estaria para além da leitura e da escrita como forma de compartilhar conhecimentos? De que modo ocorrem as interações entre sujeitos que não sabem ler e escrever em um ambiente em que a escrita ocupa papel central na comunicação entre os atores sociais? Como ocorre o processo de emergência de um sujeito em um contexto linguístico? Como acontecem experiências compartilhadas entre sujeitos que se comunicam de forma identificada como “diferente”? De que maneira podemos conceber a comunicação a fim de construir um processo pedagógico que possibilite uma experiência compartilhada entre todas as pessoas? Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, que utiliza a técnica narrativa associada à revisão de literatura baseada na combinação de descritores como educação especial, inclusão escolar, deficiência, aprendizagem, comunicação, corpo, emoção e currículo escolar. São relatados episódios envolvendo 11 estudantes do ensino comum público dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Ao considerar que a perspectiva narrativa parte da subjetividade do pesquisador, o trabalho analítico se utiliza da “metodologia de primeira pessoa”, de teor fenomenológico, para empreender uma “atenção para si” e exercitar a disponibilidade para a experiência de “deixar vir” novas possibilidades de significação e de narrar-se a si e ao mundo. Os contextos analisados indicam que a aquisição de uma língua tem sido considerada condição prévia para aprendizagem dos conteúdos escolares, assim como revelam, tendencialmente, não se cogitar a possibilidade de conexão entre comportamentos e contextos de interação. Discute-se a premissa que: ao aguardar que o sujeito preencha requisitos para participação em atividades curriculares, negligencia-se a oferta de experiências que tornariam possível o desenvolvimento de tais conhecimentos, mantendo indefinidamente o processo circular de produção da aparente incapacidade individual. Propõe-se, como um desafio para a didática, a exploração do que se chamou “palavra-imagem” como “padrão que liga” diferentes formas de comunicação no processo de alfabetização no ensino comum, além de enfatizar que as experiências corporais e as emoções constituem o “contexto” que produz os comportamentos e mesmo as aprendizagens consideradas mais abstratas.