Mulheres negras e o tornar-se negra em experiências escolares e de slam

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Xavier, Natália Pagot
Orientador(a): Caregnato, Célia Elizabete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/253823
Resumo: Esta dissertação busca entender a formação da identidade negra de jovens mulheres negras - atuantes no slam em Porto Alegre, com idade escolar posterior e subsequente à 2004 - em três contextos de socialização: família, escola e slam . A pesquisa teve por objetivo central analisar, interseccionalmente, experiências de jovens mulheres negras atuantes no slam , a fim de entender o processo de formação da identidade de mulheres negras na relação com suas atuações e com a experiência escolar. Para alcançar o objetivo, buscou-se inspiração em um arranjo metodológico elaborado a partir de Bernard Lahire e Patricia Hill Collins. A metodologia consistiu em entrevistas longas, semiestruturadas, divididas entre os eixos e analisadas interseccionalmente. O trabalho apresenta uma revisão bibliográfica, onde buscou-se as contribuições de estudos precedentes realizados por mulheres negras, dentro da área de interesse. Os referenciais teóricos dizem respeito ao racismo, à interseccionalidade, à educação das relações étnico-raciais e à construção de identidade, a partir das autoras Lélia Gonzalez, Carla Akotirene, Patricia Hill Collins, Nilma Lino Gomes, bell hooks, Stuart Hall e Sílvio Almeida. A pesquisa mostra histórias de mulheres negras que foram cuidadas por outras mulheres que preparavam suas filhas e netas para lidar com situações de racismo e contextos de dificuldades. Nas trajetórias das jovens mulheres negras entrevistadas foi possível ver inclinações disposicionais, como a inclinação ao auto-ódio e à transgressão. Por outro lado, elas mostraram que a escola como uma instituição apresenta, em geral, uma inércia frente ao racismo, a qual foi interpretada como disposição à inércia que caracteriza o sistema escolar. Apesar disso, as escolas foram ambientes marcados por contradições, críticas e ações das mulheres negras que protagonizaram importantes experiências. Por fim, o slam na vida dessas sujeitas se tornou um “quilombo contemporâneo”, uma vez que promoveu comunidades de aprendizagem, diálogo verdadeiro e educação antirracista.