Arroubos econômicos, legitimação política : uma análise da moratória da dívida externa de 1987

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Salomão, Ivan Colangelo
Orientador(a): Fonseca, Pedro Cezar Dutra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/25779
Resumo: A crise de legitimidade que permeou o mandato do presidente José Sarney deveu-se a fatores fundamentalmente políticos, em especial, à associação direta de seu nome com o desprestigiado regime militar. Abandonado pelas lideranças políticas e rechaçado pela sociedade civil, o governo da Nova República encontrou na adoção de medidas econômicas de ampla repercussão popular o meio de se legitimar. A inflação e o estrangulamento externo compunham os dois principais entraves ao desenvolvimento da economia brasileira na década de 1980. Na tentativa de conter a crescente elevação dos preços, lançou-se, em 1986, o Plano Cruzado, cujos resultados imediatos conferiram a mais alta popularidade já ostentada por um chefe do Executivo brasileiro. À medida que o plano sucumbia, o governo passou, então, a utilizar-se do tom nacionalista conferido à questão da dívida externa para granjear o apoio político que sempre lhe faltou. Este trabalho visa a contribuir para o entendimento dos motivos que levaram o governo Sarney, em fevereiro de 1987, a decretar a moratória da dívida brasileira. A argumentação desenvolvida sustenta a hipótese de que esta decisão, a despeito da base técnica em que se calcou, respondeu primordialmente a imperiosidades políticas, em especial, à necessidade de o presidente Sarney legitimar-se perante a sociedade brasileira.