Brasil devedor: o governo José Sarney e a moratória financeira de fevereiro de 1987

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Garcia, Anna Paula Martins Rangel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-13082020-125254/
Resumo: Nesta dissertação, procuramos traçar uma cronologia do processo que culmina na declaração do governo brasileiro pela suspensão de pagamentos de juros da dívida de médio e longo prazo aos bancos comerciais, em 20 de fevereiro de 1987. Para recompor esse processo, analisamos telegramas do Ministério das Relações Exteriores e de diversas embaixadas pelo mundo, o acervo do jornal Gazeta Mercantil, dossiês do SNI (Serviço Nacional de Informações) e entrevistas com ex-assessores e ex-ministros do governo José Sarney, entre 1985 e 1990. Os materiais colhidos nos arquivos indicam que a decisão teve, como foi aventado à época, dois objetivos: proteger as reservas internacionais e tentar uma mudança no tratamento dos credores em relação ao Brasil, maior devedor do mundo naquele momento. Contudo, há evidências de que o governo não dispunha de reservas cambiais em montante e liquidez adequadas para servir a dívida e aguardava um aporte emergencial do Clube de Paris, que reunia os credores oficiais. Embora considerasse uma centralização cambial já no final de 1986, o governo opta por uma via mais confrontadora, quiçá espetacularizada, para aumentar a pressão junto aos bancos estrangeiros, sobretudo dos EUA, detentores de parte considerável do débito.