Just because I am a woman… possibilidades de autoria para mulheres escritoras (Século XIV)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Barreiro, Carolina Niedermeier
Orientador(a): Teixeira, Igor Salomão
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/197084
Resumo: Esta dissertação tem como tema as possibilidades de enunciação de mulheres a partir das obras de Julian de Norwich (1342-1416) e Margery Kempe (1373-1438). Ambas viveram na região de Norfolk, Inglaterra, na passagem do século XIV para o XV. Julian de Norwich escreveu a obra Revelations of Divine Love. Nesta obra relata revelações divinas que teria recebido e traça reflexões teológicas sobre elas. Margery Kempe escreveu o que se pode chamar de autobiografia com o auxílio de escribas. A obra ficou conhecida como The Book of Margery Kempe e tem como tema sua trajetória religiosa e devocional especialmente ligada a Jesus Cristo. Como problema de pesquisa, questionamos: poderiam Julian de Norwich e Margery Kempe serem autoras? Junto a essa interrogação, de que modos elas articularam funções de autoria e de autoridade, considerados atributos marcadamente masculinos, para ocupar um espaço de enunciação? Para respondê-las, dividimos a dissertação em três capítulos: no primeiro, escrevemos a respeito das construções de subjetividade nas narrativas, entendendo esse processo como fundamental para a definição de autoria. Para haver um modo de autoria, é preciso haver também um sujeito específico que a compõe. Nesse sentido, observamos as distintas formas de compreender o eu/outro e como essas formas interferem nos textos. No segundo capítulo tratamos especificamente das funções de autoria desempenhadas pelas autoras, sublinhando as relações estabelecidas com o processo de escrita. Para compreender esse processo, contudo, foi necessário avaliar um terceiro elemento: a autoridade. No medievo, autoria e autoridade estiveram correlacionadas de modo que não seria possível tratar de um elemento sem o outro. Nesse sentido, o terceiro capítulo é sobre as distintas formas com que essas autoras se relacionaram com a autoridade, um elemento profundamente masculino. Para analisar este aspecto foi preciso indicar também como as relações de gênero orientaram as possibilidades de subjetividade e de autoria daquelas duas mulheres através da autoridade. Concluimos que o modelo de feminilidade que performatizaram foi fundamental para reivindicarem uma possível autoria, bem como os espaços sociais que ocupavam e as redes de poder nas quais estavam inseridas.