Encontrando meu corpo : diálogos entre negritude, saúde e descolonizacão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Godoi, Gabriel Alves
Orientador(a): Alves, Miriam Cristiane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/275966
Resumo: Trabalhamos desde cedo, temos filhos cedo e morremos cedo. Será que a vida é determinada a ser apenas isso? Trabalhar até uma morte muitas vezes evitável? Porque morremos assim, sem pensar e, muitas vezes, sem nada desejar? A presente escrita é a minha autoafirmação enquanto sujeito desejante. Para isso, apresento uma ampla visão acerca dos conceitos de branquitude, direitos humanos, universalismo, meritocracia, capitalismo, metodologia de pesquisa, políticas de inimizade e saúde. A compreensão e articulação desses processos se deu a partir dos conceitos de negritude, determinação social da saúde e descolonização. Não basta reconhecer as particularidades da saúde da população negra, mas entender como a própria noção de saúde se constrói. Dessa forma, essa dissertação teve como objetivo problematizar o acesso e o cuidado em saúde a partir de memórias e narrativas de pessoas negras sobre serviços do Sistema Único de Saúde, propondo um tensionamento crítico do conceito de saúde com base na perspectiva da negritude, na determinação social em saúde e no pensamento negro descolonial. Como metodologia, realizei conversações com pessoas autodeclaradas pretas ou pardas, que responderam ao questionário on-line da pesquisa “Necropolítica e População Negra: problematizações sobre racismo e antirracismo e seus desdobramentos em tempos de pandemia e pós-pandemia da Covid-19”, do Núcleo de Estudos e Pesquisas E’léékò. As narrativas concedidas foram lidas em sua totalidade e, posteriormente, selecionadas aquelas que, por alguma circunstância, tornaram-se relevantes. Inicialmente, as pessoas selecionadas foram convidadas a relatarem as suas experiências com o SUS através do método horizontal e circulante da conversação. Também utilizei um diário de campo, no qual anotei pensamentos, divagações, sentimentos e gestos que fiz durante as conversações. Os dados obtidos foram trabalhados através da Análise Episódica, por meio da qual foram encontrados episódios dentro das conversas para que sejam expostos e articulados com os conceitos de negritude, descolonização e determinação social da saúde. Esse percurso metodológico encontra amparo e afeto no diálogo com outros sujeitos que também buscam o encontro e a centralidade de sua racialidade. Encontrar a nós mesmos significa, em grande parte, tocar naquilo que há de mais doloroso produzido pelo racismo e pelo epistemicídio, aquilo que no fundo procuramos tanto matar, mas que nunca morre, e que, ao não morrer, nos traz força. Essa potência de vida que procuro introduzir no diálogo com a saúde e sua determinação social.