Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Nedel, Bárbara Limberger |
Orientador(a): |
Gerchman, Fernando |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/276502
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Resumo: |
Contexto Há crescentes evidências sobre o papel do tecido adiposo ectópico na regulação metabólica e hormonal. Um dos compartimentos ectópicos de gordura com relevância na composição corporal feminina e que sofre influências de acordo com a secreção esteroidal é o tecido adiposo mamário (TAM). No entanto, há escassez de estudos na literatura avaliando o papel endócrino do TAM em mulheres em diferentes períodos da vida, principalmente no que tange o status menopausal. Objetivo O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre o TAM e os parâmetros metabólicos e de composição corporal em mulheres adultas pré-menopáusicas e pós-menopáusicas. Métodos Neste estudo observacional transversal, foram incluídas mulheres de 18 a 80 anos com diferentes status menopausal selecionadas por critérios de inclusão e exclusão nas agendas de mamografia de rotina do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no período 02/02/2020 a 12/03/2020 e de 11/01/2021 a 22/12/2021. Devido a pandemia global por COVID-19, a coleta de dados foi interrompida de 13/03/2020 a 10/01/2021, e pacientes que realizaram mamografias neste período não foram incluídas. Para cada participante, foi realizada uma avaliação clínica padrão e antropométrica, e avaliação da composição corporal com estimativa da gordura corporal (bioimpedanciometria elétrica tetrapolar), gordura subcutânea e visceral intra-abdominal (ultrassonografia abdominal) e de composição mamária por meio de mamografia [imagens de mamografia no formato DICOM ‘For presentation’ foram analisadas com o software 3D Slicer version 4.11.20210226 (Harvard University, Boston, UK)]. Estimativas da área foram aplicadas usando o módulo ‘Segment Editor’ do software, permitindo a quantificação da área de tecido adiposo da mama e estimativa do grau de substituição por gordura mamária (razão da área de tecido adiposo da mama pela área total da mama), bem como parâmetros metabólicos, por meio da análise sanguínea do perfil lipídico, parâmetros glicêmicos e marcador de resistência a insulina. Análises de correlação simples e análises de regressão multivariada foram realizadas para avaliar as associações independentes entre o TAM e os parâmetros metabólicos e de composição corporal. Resultados Dentre um total de 101 pacientes incluídas na análise, 76,2% estavam na menopausa e 23,8% estavam na menacme. O grau de substituição por TAM foi significativamente maior em mulheres pós-menopáusicas (P=0,006). O grau de substituição por TAM apresentou correlação positiva com a glicemia de jejum (r=0,289, P=0,015), hemoglobina glicada (r=0,304, P=0,01), HOMA-IR (r=0,430, P<0,001), IMC (r=0,447, P<0,001), circunferência da cintura abdominal (r=0,581, P<0,001), percentual de gordura corporal (r=0,437, P<0,001), gordura visceral (r=0,563, P<0,001) e gordura subcutânea (r=0,405, P<0,001) ajustados para a idade, em mulheres pós-menopáusicas. Essas associações não foram observadas em mulheres pré-menopáusicas. Conclusão O grau de substituição por TAM apresentou relação com diferentes fatores de composição corporal e metabólicos em mulheres pós-menopáusicas. Não se encontrou associação significativa entre grau de substituição do TAM e os parâmetros mencionados em mulheres pré-menopáusicas. Os resultados sugerem que pode haver um papel endócrino relevante do TAM nas anormalidades metabólicas da menopausa, cujos mecanismos ainda precisam ser esclarecidos, abrindo horizontes de pesquisa futura sobre este tema. |