Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Pádua, Juliana Lang |
Orientador(a): |
Marzulo, Eber Pires |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/214174
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Resumo: |
A presente dissertação trata sobre o fenômeno da favelização em cidades médias do agronegócio no Brasil como um processo vinculado à modernização na relação entre a cidade e o campo. Se um dia as favelas foram teoricamente vinculadas exclusivamente às grandes cidades e metrópoles da faixa litorânea brasileira, a partir de meados do século XX esse fenômeno urbano passa a se fazer presente em outros formatos de cidade, especialmente cidades médias. Esse processo vincula a urbanização de territórios no interior do país à modernização da agricultura para atender às demandas do sistema produtivo do agronegócio que modernizou a relação cidade-campo. Ao mesmo tempo que a modernização da agricultura promoveu a mecanização das atividades do campo, provocou a segmentação das atividades agrícolas, transferindo para espaços urbanos o estágio de processamento de cultivos, que se industrializou, conformando os complexos agroindustriais, criando novos ramos agrícolas urbanos: a produção de insumos e os serviços. Os postos de trabalho rurais foram enxugados ao mesmo tempo que os postos de trabalho agrícolas urbanos passaram a exigir altos níveis de especialização. Ao conformarem-se os complexos agroindustriais nessas cidades médias, essas passaram a exercer papel polarizador em relação a municípios vizinhos devido à concentração de recursos financeiros, possibilidades de trabalho, acesso a comércio e serviços. Essa polarização impulsionou o crescimento desigual da cidade que, urbanizada e modernizada, favelizou-se. Enfocando um recorte urbano não metropolitano, o objetivo é analisar os fatores que estão relacionados à favelização nas cidades médias do agronegócio bem como as dinâmicas internas das favelas em espaços urbanos espacial e culturalmente aproximados do mundo rural. Com esse trabalho busca-se contribuir para a construção de conhecimento acerca das favelas brasileiras em sua multiplicidade, conhecendo outros formatos de favelas em suas características espaciais, sociais e culturais. O método de pesquisa inclui revisão de literatura, levantamento e manipulação de dados estatísticos, produção de cartografias urbanas, estudo de caso a partir de trabalho de campo e escrita etnográfica. O trabalho de campo analisa as transformações territoriais de duas favelas no núcleo pioneiro da sojicultora no Brasil, Passo Fundo, em relação às trajetórias socioespaciais das populações que habitam esses espaços e que incidem territorialmente em uma discussão a partir da memória social de seus habitantes. As favelas, Záchia e Popular, estão relacionadas às políticas de desfavelização e regularização de favelas na cidade na década de 1980. No final dos anos 2010, o que se percebe é a consolidação de antigas favelas e a refavelização de espaços contíguos a territórios populares regularizados em uma disputa pela terra urbana que está vinculada às expropriações campesinas de terras rurais para o cultivo de monoculturas de exportação no mercado globalizado. |