Simplificação da terapia antirretroviral sem o uso de inibidores da integrase : um estudo de 5 anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Helfer, Mateus Swarovsky
Orientador(a): Sprinz, Eduardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/288331
Resumo: Base teórica: A simplificação do tratamento antirretroviral tem se tornado cada vez mais comum, principalmente com esquemas baseados em inibidores de integrase (INI) como dolutegravir (DTG). Entretanto, os desfechos de longo prazo são pouco estudados. Além disso, DTG pode não ser uma opção viável para todos os indivíduos, devido a fatores como aumento da prevalência de mutações de resistência ou intolerância a esse fármaco. Objetivo: Avaliar a eficácia e segurança de longo prazo de estratégias de simplificação da terapia antirretroviral sem uso da classe dos inibidores da integrase. Métodos: Estudo de coorte que compara desfechos de 5 anos de seguimento após simplificação do regime antirretroviral sem inibidores de integrase (grupo ARTs) com manutenção do esquema antirretroviral (grupo ARTm). Os desfechos primários são: taxa de manutenção da supressão viral e mortalidade geral. Os desfechos secundários são: avaliação dos parâmetros metabólicos e de função renal. Resultados: Oitenta indivíduos foram incluídos em cada grupo; 47,5% são do sexo feminino e a média de idade foi de 56 anos. Os esquemas de simplificação foram baseados em inibidores da protease potencializados (IP/r) com lamivudina ou inibidores da transcriptase reversa não análogos aos nucleosídeos. O grupo ARTs apresentou maior tempo de infecção pelo HIV e maior tempo em tratamento, assim como maior prevalência de hipertensão e de doença renal crônica na linha de base (p < 0.05). A taxa de sobrevivência em 5 anos foi de 88.8% no grupo ARTs, comparado a 87.5% no grupo ARTm (log rank = 0.41). A taxa de manutenção da supressão viral no grupo ARTs foi de 78.8% comparada a 70.0% no grupo ARTm (p = 0.28). Os indivíduos no grupo ARTs apresentaram menor declínio na função renal (-5 vs. -10 mL/min/1.73m²; p < 0.05). Não foram encontradas diferenças na avaliação nos parâmetros metabólicos. Conclusão: A simplificação da terapia antirretroviral sem uso de inibidores de integrase se mostrou eficaz e segura mesmo no longo prazo, com taxas similares de mortalidade e supressão viral quando comparada a manutenção do tratamento usual. Assim, a simplificação baseada em esquemas com IP/r constitui-se numa opção terapêutica ao DTG nessa situação clínica.