Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Ilha, Elisa Berlitz |
Orientador(a): |
Moreno, Ignacio Maria Benites |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/245938
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Resumo: |
A conservação in situ de predadores de topo altamente móveis – como os cetáceos odontocetos – não é uma tarefa fácil e depende, também, da identificação e da preservação dos habitats onde (uma ou mais espécies) preferencialmente ocorrem. As áreas marinhas protegidas (MPAs), por sua vez, têm sido impulsionadas como a estratégia mais importante para mitigar os crescentes impactos antrópicos nos oceanos. Existem, contudo, poucas evidências empíricas da sua contribuição para os odontocetos e, no Brasil, a atual cobertura de MPAs tem sido atribuída a políticas públicas insidiosas. Nesta dissertação, buscamos entender o papel das características oceanográficas na distribuição da biodiversidade de odontocetos em águas brasileiras, bem como avaliar a contribuição da cobertura de MPAs e identificar áreas importantes para priorizações espaciais para a conservação dos odontocetos no Oceano Atlântico Sul Ocidental (SWA). A modelagem de distribuição de espécies (SDM) baseada no princípio da máxima entropia (MaxEnt) foi escolhida para gerar modelos para 17 espécies de odontocetos (15 Deficientes em Dados e duas Vulneráveis à ameaça de extinção) na Zona Econômica Exclusiva brasileira (EEZ) e águas adjacentes. A melhor configuração do modelo (∆AICc = 0) para cada espécie (SDM-individuais) foi projetada usando a função complementary log-log (cloglog) para produzir uma estimativa de probabilidade de ocorrência. Todos os modelos individuais apresentaram excelente desempenho preditivo (AUC> 0,9 e TSS> 0,7). Os SDM-individuais foram combinados para produzir um stack-species distribution model (S-SDM), onde os modelos individuais são sobrepostos em um contexto multi-espécie, permitindo a identificação de habitats críticos para as espécies. Duas áreas de maior probabilidade de ocorrência foram identificadas: uma em áreas neríticas e oceânicas profundas além da quebra da plataforma continental ao sul da Cadeia-Vitória Trindade e do Banco de Abrolhos até a área de influência da Convergência Subtropical (hotspot oceânico); e outra em uma área influenciada principalmente por ressurgências costeiras na zona urbana mais populosa do país (hotspot costeiro). Por meio de uma análise de lacunas, os modelos foram sobrepostos às atuais medidas de gestão espacial (cobertura de MPAs e Áreas Prioritárias para Conservação – PAC), bem como as ameaças antrópicas mapeadas (pesca comercial, indústrias marinhas de petróleo e gás e os portos). Apesar da alta porcentagem de cobertura de MPAs na EEZ brasileira (28%), esta é desigualmente distribuída entre as três províncias biogeográficas marinhas (Spanding et al., 2007) e é concentrada em águas costeiras – não cumprindo os requisitos estabelecidos pelas Metas de Aichi e representando, ainda, importantes lacunas para a conservação da maioria das espécies incluídas. Muitas MPAs ainda carecem de instrumentos necessários para garantir uma contribuição efetiva e, sozinhas (sem os recursos financeiros e logísticos necessários), parecem ser insuficientes para garantir a conservação da biodiversidade de odontocetos e de seus habitats críticos em águas brasileiras. Já o zoneamento proposto pelo PAC parece abranger áreas de alta probabilidade de ocorrência de odontocetos e poderia motivar um debate inicial sobre estratégias de manejo dinâmicas e/ou sobre o conceito das Areas of Interest, o primeiro estágio das Important Marine Mammals Areas (IMMAs) no contexto do planejamento espacial marinho brasileiro. |