Avaliação do efeito cardioprotetor do carvedilol em cães submetidos à quimioterapia com doxorrubicina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pino, Eloisa Helena Moreira
Orientador(a): Gerardi, Daniel Guimarães
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/197324
Resumo: A doxorrubicina tem um alto poder citotóxico e é usada para tratar um amplo espectro de malignidades humanas e de animais, entretanto, seu uso pode ser limitado devido a efeitos adversos causados por doses cumulativas. A cardiotoxicidade é um dos efeitos adversos mais conhecidos e irreversíveis, basicamente causado pelo estresse oxidativo e pela disfunção mitocondrial. A incidência da cardiotoxicidade induzida pela doxorrubicina diverge de acordo com a raça, enquanto que o desenvolvimento da cardiotoxicidade clínica varia de 4,0 a 18,3%. Em raças de cães com alto risco de desenvolvimento de cardiomiopatia dilatada a incidência é de 15,4% e em raças de baixo risco a incidência chega a 3,0%. Estudos foram realizados com o uso da doxorrubicina e os efeitos cardioprotetores do carvedilol e alguns mostraram que o carvedilol previne a disfunção sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo, além de danos estruturais e funcionais. No entanto, esses estudos foram feitos com diferentes espécies desde camundongos até humanos, mas não com cães com neoplasias. Portanto, este ensaio clínico foi delineado para avaliar o efeito cardioprotetor do carvedilol em cães. Um estudo prospectivo, randomizado, duplo-cego, controle placebo foi realizado em cães tratados com doxorrubicina. Foram incluídos 13 cães, os quais foram randomizados em dois grupos experimentais consistindo de seis cães no grupo carvedilol e sete cães no grupo placebo. No grupo carvedilol, a dose de 0,39mg/kg ± 0,04 de carvedilol por via oral, duas vezes ao dia foi iniciado no mesmo dia da primeira quimioterapia com doxorrubicina e mantido durante todo o protocolo quimioterápico até a última avaliação cardiológica (15 dias após a última dose de doxorrubicina). Avaliações cardiológicas (ecocardiografia, eletrocardiograma e pressão arterial) foram realizadas antes da administração de doxorrubicina e a cada 10 a 15 dias após cada sessão de quimioterapia com doxorrubicina (T0, T1, T2, T3 e T4). Testes de troponina I e estresse oxidativo foram feitos com soro coletado dos cães na avaliação cardiológica inicial e final (T0 a T4). O estudo Doppler mostrou um aumento significativo (p = 0,001) do tempo de desaceleração do fluxo mitral (TDE) no grupo placebo e diferença significativa nas velocidades da onda E (p = 0,0482), tempo de desaceleração do fluxo mitral (TDE) (p = 0,0029) e relação E/TRIV (p = 0,0155) entre os grupos. Houve diferença significativa (p = 0,0326) na amplitude da onda R na derivação pré-cordial V4 entre os grupos e o intervalo QT teve um aumento significativo (p = 0,0269) desde o início até o final da quimioterapia no grupo placebo. Não houve diferença significativa nos parâmetros sistólicos, pressão arterial, mortalidade, troponina I e testes de estresse oxidativo. Em conclusão, o grupo carvedilol apresentou melhor desempenho na função diastólica e na despolarização e repolarização ventricular. Portanto, podemos sugerir que o carvedilol pode ter efeito benéfico em cães com câncer recebendo doxorrubicina. Contudo, mais estudos são necessários para demonstrar o efeito cardioprotetor do carvedilol contra a doxorrubicina em cães.