Entre a metafísica e a filosofia moral : a teoria dos transcendentais como possível paradigma metaético da obra de Tomás de Aquino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Lucas Fonseca dos
Orientador(a): Storck, Alfredo Carlos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/274631
Resumo: Na presente dissertação são discutidos os fundamentos da filosofia moral de Tomás de Aquino e as relações entre esta e sua metafísica, investigando os pressupostos metaéticos da teoria moral do filósofo medieval. A hipótese levantada é de que a tese metaética fundamental da obra é a teoria dos transcendentais formulada, sobretudo, nas Quaestiones Disputatae de Veritate, e que, a partir desta tese, através da articulação com sua teoria da razão prática e da ação humana, podem surgir possibilidades diversas de classificações metaéticas na obra de Tomás. É defendido que uma compreensão clara do aspecto metaético da teoria dos transcendentais do ente permite não apenas um entendimento mais distinto das divergências internas entre os interpretes do Aquinate, mas também permite respostas mais fundamentadas às críticas externas à tradição escolástica. Essa hipótese será trabalhada no seguinte percurso: no primeiro capítulo, será levantado o estado da questão, apresentando as diversas correntes interpretativas do pensamento do Aquinate na contemporaneidade, e também quais são os principais desafios da metaética contemporânea em relação às teorias fundadas no autor. A diversidade de abordagens acerca da obra de Tomás levará à hipótese de que essas divergências se devem menos às conclusões morais distintas, mas aos pressupostos metaéticos distintos, e que a tese metaética fundamental do Aquinate é a teoria dos transcendentais. No segundo capítulo, a teoria dos transcendentais é explorada em primeiro lugar considerando sua genealogia histórica até Tomás de Aquino e, em um segundo momento, é tratada de forma mais extensa, considerando também as consequências que aquela tem para a consideração do papel da teologia na sua filosofia moral em geral. No terceiro capítulo, o tema do segundo capítulo será integrado ao tratamento que Tomás dá à razão prática, à beatitude e à lei natural, possibilitando, assim, a compreensão de como esta teoria se encaixa em uma visão mais ampla de sua obra, e tem-se um vislumbre das possibilidades de compreensão metaética na teoria moral do autor. No último capítulo, são apresentadas as diversas possibilidades que sua obra permite de classificação na metaética, defendendo que na obra de Tomás pode-se encontrar um naturalismo qualificado, mas que, textualmente, permite diversas matizes metaéticas distintas, e seus intérpretes, por esta razão, apresentam enfoques de teorias mais naturalistas ou menos naturalistas, ainda que partam do mesmo autor.