Séries infinitas, existência de Deus e criação do mundo em Tomás de Aquino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pereira, Fabio Gai
Orientador(a): Storck, Alfredo Carlos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/268355
Resumo: O objetivo geral deste trabalho é construir uma investigação sobre como a perspectiva de Tomás de Aquino a respeito das séries causais regressivas ao infinito desafia as suas próprias posições sobre a criação ex nihilo e sobre as três primeiras vias para provar a existência de Deus. O objetivo específico é mostrar que a posição tomista, que consiste na aceitação da possibilidade lógica da tese aristotélica da eternidade do mundo, é um compromisso desnecessário para Tomás de Aquino, pois, além de ser uma tese que enfrenta sérios problemas, ela o restringe a defender a criação ex nihilo apenas devido a um compromisso pessoal com a fé cristã. Este texto propõe-se a argumentar a favor da tese de que, no contexto intelectual do século XIII, há fortes razões para não aceitar a possibilidade lógica de séries causais acidentalmente ordenadas regressivas ao infinito, em que um existente atual qualquer seja o resultado desse percurso causal que remonta ao infinito. Investigaremos se razões que levaram Tomás a rejeitar a possibilidade lógica de séries causais essencialmente ordenadas regressivas ao infinito poderiam sustentar também a rejeição da possibilidade lógica de séries causais acidentalmente ordenadas regressivas ao infinito, as quais Tomás aceita. Tendo Tomás aceito esse tipo de série causal, ele aceitou a possibilidade lógica da eternidade do mundo, como apresentou Aristóteles. Daí que Tomás na Suma, na 1ª parte, questão 46, afirme que seria por fé que defenderia o início da existência do mundo. Entretanto, se for correta a argumentação a favor da impossibilidade lógica das séries causais acidentalmente ordenadas regressivas ao infinito, que respondem pelo percurso infinito que conduziu à existência atual de um ente qualquer, então Tomás de Aquino não poderia ter considerado plausível a tese aristotélica da eternidade do mundo.