Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Ramos, Thaís Valim |
Orientador(a): |
Ferreira, Maria Cristina Leandro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/159110
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Resumo: |
Nesta tese, inscritos no aparato teórico da Análise do Discurso francesa, temos como propósito analisar o discurso de brasileiros que estão residindo no exterior a mais de uma ano. Participaram desta pesquisa 18 brasileiros que residiam nas localidades de Portugal, Espanha, França, México, EUA, Nigéria, Angola, Taiwan, Noruega, Doha, Alemanha, Suíça, Londres, Canadá, com os quais conversamos por skype a fim de obter os relatos sobre suas experiências no exterior. A partir dos discursos destes brasileiros buscamos analisar pistas que indiciem modos de subjetivação permitindo-nos lançar um gesto de interpretação sobre os sujeitos que se inserem em outra língua e outra cultura, uma vez que o sujeito se constitui pela ordem do simbólico, e é pelo significante que ele se define. No movimento para além fronteiras destes sujeitos - fronteiras não só geográficas, mas de significados - são usados diferentes termos para designar estes sujeitos, tais como imigrante, estrangeiro e expatriado, termos cujos sentidos deslizam dependendo do lugar que ocupam estes sujeitos no espaço do outro. Neste percurso trazemos para discussão as relações de poder que se estabelecem entre países, bem como os lugares que ocupam estes brasileiros quando em países desenvolvidos e em países periféricos, além da visão que tem de seu país de origem, o Brasil. Uma contribuição desta pesquisa para análise do discurso é a ressignificação da noção de cultura neste campo de estudo, onde passa a ser entendida relacionada às noções de ideologia e inconsciente. A cultura, neste âmbito, compreende um lugar de interpretação (De Nardi, 2007) a partir do qual se pode perceber as posições que os sujeitos ocupam, sendo também um lugar de resistência - já que comporta a falha. A cultura pode ser entendida como as práticas que promovem o laço social, a partir do qual surge o sentimento de pertença, ao mesmo tempo em que serve de suporte na produção das subjetividades e dos sentidos, daí o caráter assujeitador da cultura operando em paralelo com as noções de ideologia, história, discurso e inconsciente, todos tomados em sua porosidade, equívoco e contradição. O sujeito, enquanto estrangeiro em país desenvolvido, deseja pertencer, fazer parte da outra cultura, no entanto, a diferença atestada na imagem do imigrante vindo de países periféricos é rejeitada e marginalizada. Frente a esta rejeição, os sujeitos se voltam para seu país, com o qual já não de identificam mais, colocando-se, assim, num entre culturas. Dessa forma, refletir sobre a noção de cultura em AD, é ver além do espetáculo para perceber o caráter estereotipado que tem sido atribuído à cultura, mascarando seu potencial transformador. |