Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Maron, Diandra |
Orientador(a): |
Vargas, Júlio Celso Borello |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/218475
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Resumo: |
Nas últimas décadas no Brasil houve um aumento significativo do uso do automóvel particular e, consequentemente, aumento dos impactos negativos sobre a vida nas cidades, como congestionamentos, acidentes, poluição, degradação da qualidade dos ambientes e problemas de saúde das populações urbanas. Uma das formas de tentar diminuir esses problemas é pela ampliação dos chamados "modos sustentáveis" de transporte, que incluem o transporte público e os modos ativos - que não utilizam veículos motorizados - principalmente o modo a pé. A caminhada é gratuita, não polui e tem impacto positivo sobre a saúde, além de promover a vitalidade urbana. A pesquisa contemporânea estuda maneiras de favorecer as viagens a pé através de, entre outras medidas, alterações na forma urbana, buscando estimular maiores densidades e mistura de usos do solo em áreas com boa acessibilidade física. Estes atributos, juntamente com outros de ordem local como calçamento, iluminação e proteção à intempérie, são, segundo a literatura recente em transportes e planejamento urbano, o que se conhece como “caminhabilidade”, uma característica do ambiente construído que, quanto maior, mais estímulo à adoção do modo a pé. Este trabalho estudou as relações entre o comportamento de viagem da população de uma cidade pequena/média brasileira e as características de seu ambiente construído, em busca de confirmação da hipótese de que bairros ou áreas mais densas, diversificadas e acessíveis tendem a favorecer os deslocamentos a pé. Um estudo empírico realizado na cidade de Carazinho-RS utilizou técnicas estatísticas descritivas e inferenciais para observar tais relações, a partir da medição da caminhabilidade da cidade em SIG e da aplicação de questionários com uma amostra de habitantes da cidade. Os resultados mostram que os atributos urbanos condensados nas categorias “3d” da literatura – densidade, diversidade e desenho viário – efetivamente são capazes de explicar, ao menos parcialmente, o comportamento de viagem dos entrevistados. Apesar da baixa utilização geral do modo a pé – indicando uma dependência do automóvel mesmo para viagens de pequena duração - as maiores frequências de caminhadas - controladas por gênero, idade e nível de escolaridade - foram de indivíduos residentes do centro da cidade. Essa confirmação da hipótese da caminhabilidade como fator preponderante de influência sobre as escolhas modais deixou explícita uma particularidade da cidade: sua estrutura urbana marcantemente monocêntrica, com uma única área verdadeiramente densa e que concentra a maior parte dos destinos de viagem. Este centro, constituído historicamente a partir da estação férrea localizada no platô topográfico principal da cidade, é, por isso mesmo, a área que possui a malha viária mais bem articulada e acessível a pé. Consequentemente, é a única onde a caminhada tende a ser o modo preferencial. Esses achados se somam ao corpo de evidências da pesquisa em caminhabilidade e podem ser estendidos a cidades de porte e constituição socioeconômica semelhante, em busca de estratégias de planejamento e políticas públicas que as tornem menos dependentes do automóvel e, portanto, mais sustentáveis. |