Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Calliari, Mauro Sérgio Procópio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-23092019-141721/
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Resumo: |
Os deslocamentos a pé são parte da história da cidade. Antes do advento dos transportes, o andar era o meio natural de se deslocar dentro dos assentamentos urbanos. Posteriormente, com a expansão urbana e a separação de funções, os transportes sobre trilhos e rodas assimilaram parte dos deslocamentos cotidianos e ajudaram a moldar um ambiente urbano muitas vezes hostil aos pedestres. Mesmo assim, o andar é, atualmente, um dos modais mais importantes no dia a dia das grandes cidades, seja em trajetos feitos exclusivamente a pé, seja como parte de trajetos intermodais. O objetivo desta pesquisa é investigar o andar a pé dentro de duas perspectivas: a perspectiva da mobilidade e a perspectiva estética - a da fruição da cidade - analisando a relação entre o ambiente construído e a experiência individual cotidiana dos pedestres. Para isso, a pesquisa busca na história das cidades ocidentais elementos que expliquem as grandes transformações do ato de andar a pé, até chegar a São Paulo, nosso estudo de caso. Em São Paulo, o acompanhamento de processos históricos e de momentos emblemáticos permitiu explicar parte do paradoxo do andar a pé na cidade: apesar de as viagens a pé serem o meio mais usado de deslocamento, as condições urbanas apresentam um quadro bastante desafiador para o pedestre - infraestrutura de caminhabilidade pouco adequada ou inexistente, travessias arriscadas e situação de insegurança na relação com os veículos motorizados. Metodologicamente, a investigação histórica é complementada por uma pesquisa qualitativa, realizada para a tese, com uma amostra de pedestres que se deslocam cotidianamente a pé por São Paulo. A técnica de discussões em grupo, conduzidas em 2018, permitiu que fossem aprofundadas as motivações, os problemas e os prazeres de quem anda a pé na cidade. Os resultados mostram que a experiência do pedestre permite materializar e entender o impacto de planos, decisões e processos implementados no passado sobre a caminhabilidade em São Paulo. Adicionalmente, foi possível constatar que, mesmo em situações adversas, existe um componente muito presente de fruição da cidade inerente ao andar a pé, manifestado no prazer sensorial do caminhar, na constatação de que andar permite \"viver a cidade\" e ainda as pequenas surpresas- encontros, descobertas e lugares inesperados. Com base nas observações e na pesquisa, o trabalho termina com a sugestão da incorporação do ponto de vista do pedestre na prática do planejamento urbano, como uma disciplina que pode agregar a importância da pequena escala aos planos urbanísticos. |