Lar : (re)montando a casa da vó

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Anagnostopoulos, Tula Holderbaum
Orientador(a): Fervenza, Hélio Custódio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Lar
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/236505
Resumo: A pesquisa “Lar: (re)montando a casa da vó” se originou a partir de um arquivo de vídeos caseiros captados desde o ano de 2005 em um lugar particular, a casa dos avós maternos, constituindo-se de mais de trinta horas de material. Assim, foi desenvolvido um trabalho de forma poética e teórica encontrando referenciais artísticos, filosóficos, científicos que permitiram elaborar uma reflexão sobre o tema do Lar e as ideias que ele suscita: memória, montagem, tempo, lugar, espaço, cinema, vídeo, arquivo, afeto. O livro “Matéria e Memória: relações entre o corpo e o espírito” do filósofo Henri Bergson traça bases para a compreensão da memória filosófica e cientificamente, e de suas funcionalidades e de seus respectivos processos de aquisição. Nos atuais estudos sobre o assunto, como nas neurociências, algumas ideias de Bergson seguem em vigor. Se por um lado Bergson, ao analisar a percepção, conecta-a ao movimento, por outro, o fenomenólogo Gaston Bacherlad, em seu livro “A poética do espaço”, relaciona-a ao conteúdo. Mesmo que distintas em um princípio, ambas concepções são pertinentes para o estudo do audiovisual, como já advertia Gilles Deleuze, e por tanto imprescindíveis para refletir sobre a poética do vídeo nas artes. A ideia de espaço, que é afetivo no caso de Bachelard, ganha o terreno da relação com o outro quando analisada a partir do pensamento do teólogo e historiador Michael de Certeau no livro “A invenção do cotidiano” no qual desenvolve uma diferenciação entre espaço e lugar que o leva a concluir que “o espaço é um lugar praticado”. Tal entendimento fornece subsídios para analisar as videoinstalações “Lar: Degrau” (2012) e “Lar: Degrau e Escada” (2013) e o vídeo “Depois do almoço de domingo” (2012)- resultados da prática poética dessa pesquisa - apresentadas em situações muitas vezes opostas. Alguns artistas, como Jonas Mekas, Bill Viola, Cao Guimarães, Stan Brakhage, Hélio Fervenza, Marie Menken, Rodrigo Johon são referências teóricas e/ou artísticas que se entrelaçam constituindo um histórico, uma espécie de familiaridade, das relações entre o fazer e o pensar mediadas por percepções particulares.