Territórios subjetivos na Ilha da Pintada : traçando caminhos com o coletivo colaí, movimento de cultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Leal, Bruna Molina
Orientador(a): Tschiedel, Rosemarie Gärtner
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/157234
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo problematizar como o coletivo Colaí, Movimento de Cultura tem construído territórios subjetivos a partir das experiências promovidas na Ilha da Pintada, em Porto Alegre. Acompanhamos atividades do Colaí, coletivo de jovens, criado a partir da iniciativa de um grupo de amigos, que buscou ocupar uma praça da comunidade de maneira distinta, promovendo atividades de lazer, esporte e cultura. Apesar de ter uma posição central na comunidade, localizada ao lado de uma escola, a praça escolhida pelos jovens estava em processo de abandono, referenciada por moradores como espaço de “tráfico de drogas” e de circulação de “pessoas suspeitas”. Assim, ao organizar ações como o Colaí na Praça, o Colaí no Cinema, o Colaí na Pelada, entre outras, o Colaí passa a se constituir um coletivo, recriando espaços de convivência comunitária. Trabalhamos com a noção de território subjetivo, tendo como referência textos de Félix Guattari e Sueli Rolnik, entendendo tanto como o espaço vivido, quanto o modo como os sujeitos circulam, se inserem e criam estratégias de relações e de vida nos tempos e espaços sociais, culturais, estéticos e afetivos. Perguntamos sobre os modos como os jovens organizam e participam das atividades propostas, sobre as estratégias adotadas pelo coletivo, sobre as relações estabelecidas entre os jovens, as relações destes com os espaços da ilha, com o poder público, com a comunidade. Metodologicamente, seguimos princípios etnográficos aliados a uma ética cartográfica. Nesta perspectiva, priorizamos uma postura de observar-participar, de modo ativo, a fim de acompanhar os processos e habitar territórios, desenvolvendo um olhar sobre os encontros e as relações estabelecidas nas experiências deste coletivo de jovens Com a elaboração de diários de campo e registros de conversas digitais, desenvolvemos um texto polifônico e dialógico, usando na apresentação da análise a imagem de um quebra-cabeça, em que cada peça, quando montada, nos apresentava novas possibilidades de compreender um pouco mais os processos associados à construção de territórios subjetivos. No puzzle, a pesquisadora dialoga com o Colaí, que passa a ser um personagem metodológico, construído a partir das falas dos participantes da pesquisa. Sentimentos de pertencimento ao Colaí e de busca de reconhecimento pela comunidade são fortes junto aos participantes da pesquisa. O Colaí, como movimento de cultura, é marcado por uma lógica neoliberal e empreendedora, ao mesmo tempo em que é regido por princípios democráticos em suas ações. O plano econômico tensiona forças, entre ser projeto social e organização independente, atravessadas por relações do coletivo com o poder público, com a comunidade, relações entre os jovens e destes com o próprio lugar que ocupam no processo construído.