Efeitos do exercício físico parental sobre parâmetros comportamentais e de neuroplasticidade em filhotes de ratos Wistar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Spindler, Christiano de Figueiredo
Orientador(a): Marcuzzo, Simone
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/214513
Resumo: O encéfalo pode sofrer alterações funcionais e morfológicas em resposta às mudanças do ambiente. Esta capacidade, denominada neuroplasticidade, pode exercer um importante papel nos processos de adaptação e reorganização do microambiente encefálico, resultando em padrões de comportamento distintos. Evidências clínicas e experimentais demonstraram que condições tanto maternas quanto paternas podem interferir no processo de neuroplasticidade nos descendentes, predispondo o desenvolvimento de doenças ou promovendo efeitos benéficos na prole após o nascimento e na vida adulta. Nesta tese investigamos os efeitos de protocolos de exercício físico em esteira ergométrica adaptada para ratos sobre marcadores de neuroplasticidade e comportamentais na prole. Ratos Wistar adultos machos e fêmeas foram utilizados e divididos em dois estudos: (1) paterno e (2) materno. Os ratos machos foram divididos em dois grupos experimentais, sendo um grupo exercitado (22 dias, 5 vezes por semana, intensidade 60%VO2, durante 20 minutos) e outro sedentário (animais expostos à esteira ergométrica desligada pelo mesmo tempo que o grupo exercitado), neste estudo as fêmeas foram mantidas totalmente sedentárias. A prole destes animais foi dividida em dois grupos experimentais, de acordo com o protocolo paterno (EXE) para os descendentes de pais exercitados e (SED) para os descendentes de pais sedentários. Os níveis de metilação global de DNA no esperma dos pais foram analisados. Parâmetros de neuroplasticidade (BDNF, Relina e sobrevivência celular) e epigenética (metilação global de DNA) foram medidos nos hipocampos dos filhotes. Os marcos do desenvolvimento dos filhotes foram observados. Testes comportamentais de desempenho físico e memória espacial foram realizados nos filhotes adultos. Houve uma melhora do aprendizado espacial nos filhotes do grupo EXE, acompanhada de uma diminuição dos níveis de metilação global do DNA no hipocampo. Os animais não apresentaram alteração nos marcos do desenvolvimento. Nenhum dos marcadores neuroplásticos apresentou diferença estatística entre os grupos estudados. Não houve diferença nos níveis de metilação no esperma dos pais. Na segunda parte deste trabalho, a prole das ratas fêmeas exercitadas e dos pais sedentários foi dividida em 4 grupos, conforme o período de treino materno: sedentárias antes e durante a gestação (SS); sedentárias antes e exercitadas durante a gestação (SE), exercitadas antes e sedentárias na gestação (ES) e por fim, exercitadas nos dois períodos. Os mesmos parâmetros avaliados no estudo paterno foram realizados nos filhotes. Nehuma diferença nos marcos do desenvolvimento foi observada. Todos os grupos descendentes de mães exercitadas, SE, ES e EE apresentaram melhores escores de aprendizado em relação ao grupo SS. Os grupos SE e ES apresentaram maior proliferação celular e conteúdo de relina hipocampal. Somente o grupo ES apresentou diminuição significativa nos níveis de metilação de DNA hipocampal em relação ao grupo SS. Conclui-se que o exercício físico, tanto materno quanto paterno, foi capaz de gerar uma programação no encéfalo da prole, aumentando a capacidade de aprendizado. Ainda os protocolos maternos pré- gestacional e gestacional se mostraram seguros para o desenvolvimento da prole e devem ser estimulados. Além disso o exercício paterno se mostrou uma experiência positiva uma vez que gerou uma melhora cognitiva na prole.