Efeitos de ginsenosideo Rb1 sobre parâmetros mitocondriais de células dopaminérgicas SHSY-5Y de neuroblastoma humano expostas ao clorpirifós

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Rosa, Andressa Cristina da
Orientador(a): Oliveira, Marcos Roberto de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/285163
Resumo: A disfunção mitocondrial consiste na falha do sistema de fosforilação oxidativa (OXPHOS), além de incluir danos diversos no DNA mitocondrial (mtDNA), aumento na produção de espécies reativas ocasionado pela oxidação, glicação e/ou nitração de componentes da cadeia transportadora de elétrons (CTe), podendo contribuir com a queda na produção de adenosina trifosfato (ATP). Além disso, há também maior geração de espécies reativas de oxigênio (ERO) encontrados em desordens relacionadas a função mitocondrial, que interagem no estabelecimento de um estado pró inflamatório exacerbando a disfunção mitocondrial. Assim, a função mitocondrial tem se relacionado ao processo inflamatório por induzir morte em diferentes tecidos e podendo ainda ser ativada por toxicantes e poluentes ambientais. Neste contexto, o agroquímico clorpirifós (CPF; C₉H₁₁Cl₃NO₃PS) tem sido estudado por interferir na bioenergética e ocasionar desequilíbrio redox, sendo assim um toxicante mitocondrial. O CPF tem ação pró-oxidante pois, induz a produção de ERO e espécies reativas de nitrogênio (ERN), além de promover o estímulo da perda de potencial de membrana mitocondrial (PMM) e queda nos níveis de ATP. Outro alvo do CPF é a enzima citoprotetora heme oxigenasse-1 (HO-1), o CPF estimula negativamente a HO-1 facilitando o colapso mitocondrial uma vez que contribui na ativação do processo inflamatório. A HO-1 degrada a heme que gera ferro livre, monóxido de carbono (CO), e bilirrubina convertida em bilirrubina (BVR), moléculas essenciais na defesa antioxidante. Neste sentido, avaliamos os efeitos do ginsenosídeo Rb1 (Rb1; C₅₄H₉₂O₂₃) de Panax ginseng C.A. Mayer (Araliacea), já descrito com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias até mesmo em doenças neurológicas. Avaliamos diferentes doses de Rb1 (10-100 μg/mL) diante da intoxicação ao CPF (10-100 μM) na linhagem dopaminérgica SH-SY5Y. Utilizou-se, então, a concentração de 100 μM de CPF como padrão, e 50 μg/mL de Rb1 como estratégia de frear a intoxicação ocasionada pelo CPF. O Rb1 na concentração de 50 μg/mL preveniu eficientemente o dano causado na viabilidade celular (p <0,05), também preveniu a perda de integridade da membrana diminuindo o extravamento da enzima lactato desidrogenase (LDH) (p < 0,01). Utilizou-se, então, a concentração de 100 μg/mL de Rb1 para verificar a atividade da enzima HO-1, o Rb1 induziu aumento na atividade de HO-1 (p < 0,05), enquanto que o CPF levou a queda de HO-1 (p < 0,05), então, avaliamos a ação do Rb1 durante o bloqueio da HO-1 pelo inibidor protoporfirina de zinco IX (ZnPP-IX), verificamos que o Rb1 não induziu citoproteção (p < 0,01). Em contraponto, sem o boqueio de HO-1, Rb1 preveniu a disfunção mitocondrial atenuando a queda do PMM (p < 0,01) além de diminuir os impactos causados pelo CPF na produção de ATP (p < 0,01). Da mesma forma, Rb1 preveniu o aumento nos níveis de TNF-α (p < 0,05) e IL-1β (p < 0,01) demonstrando uma ação anti-inflamatória. Além disso, também preveniu a perda do PMM (p < 0,05), da elevação de TNF-α (p < 0,05) e viabilidade celular (p < 0,05), sugerindo uma relação entre proteção mitocondrial, ação anti-inflamatória e citoproteção. Por fim, o mito-TEMPO um mimético da enzima Mn-SOD atenuou a disfunção mitocondrial na presença de CPF (p < 0,05), reduzindo também a inflamação pela queda de TNF-α e da viabilidade celular (p < 0,05). Portanto, com os dados aqui apresentados, sugere-se que o Rb1 pode atuar como agente de proteção mitocondrial por mecanismo que parece envolver a enzima HO-1. Pesquisas futuras elucidarão a possibilidade de prevenção de um ciclo vicioso entre disfunção mitocondrial e inflamação ser arte relevante na citoproteção induzida pelo Rb1.