A influência de macrófagos M1, M2 e TAM, e do receptor P2X7 na invasividade e resistência de neuroblastoma

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bento, Carolina Adriane
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
TAM
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/46/46131/tde-28042022-140842/
Resumo: O neuroblastoma é um tumor sólido muito comum em crianças. O estágio mais avançado da doença é altamente agressivo e invasivo, além de pouco responsivo à terapia, que é limitada por mecanismos de resistência e reincidência relacionados à metástase. Muitos estudos tem sido feitos para identificar mecanismos de invasão e quimioresistência de células tumorais, afim de aumentar a sobrevida dos pacientes com câncer. Nesse trabalho, nós estudamos o efeito dos macrófagos, as células imunes mais abundantes no microambiente tumoral, os TAMs (do inglês tumor-associated macrophage) e do receptor P2X7, um purinoreceptor acionado por ATP, nesses processos. Os TAMs respondem e atuam de acordo com a miríade de fatores que encontram, podendo gerar populações heterogêneas e com funções distintas, tanto antitumorais, como pró-tumorais. Altos níveis de ATP extracelular são encontrados no microambiente tumoral, podendo então ativar o receptor P2X7. Este receptor tem sido relacionado tanto a funções inflamatórias como funções na resolução da inflamação de macrófagos. Além disso, o receptor P2X7 está envolvido em uma variedade de eventos celulares, incluindo a secreção de mediadores pró-inflamatórios, a proliferação celular e a apoptose de células tumorais. Primeiramente, foi avaliado o papel do receptor P2X7 na polarização de macrófagos da derivados medula óssea de camundongos wild-type e nocaute para o P2X7 na presença e ausência de fatores secretados por células de neuroblastoma, e então foi estudada a influência desses diferentes macrófagos polarizados em eventos celulares de grande relevância clínica para o neuroblastoma: a invasividade e quimiorresistência. Os resultados demonstraram que, apesar do reconhecido envolvimento do receptor P2X7 na inflamação, a ausência deste receptor não atenua a expressão de marcadores característicos do fenótipo inflamatório, M1. O aumento da expressão do receptor P2Y2, também envolvido na inflamação, nessas células, sugere um mecanismo genético de compensação para não atenuação da inflamação em macrófagos que não expressam o receptor P2X7. Contudo, a ausência do receptor P2X7 levou a alterações no fenótipo alternativo, M2, de modo que a expressão de Tnf, marcador de M2, não foi reprimido. TAMs noucates para P2X7 tiveram a expressão de arg1, marcador de M2, suprimida, reforçando a importância do receptor P2X7 no estabelecimento de fenótipos ativados alternativamente. Nossos dados também sugerem que ausência do receptor P2X7 em TAMs permite a aquisição de um fenótipo capaz de tornar as células de neuroblastoma que expressam P2X7 mais invasivas e mais quimioresistentes à vincristina. Por outro lado, TAMs, independentemente da presença ou ausência do receptor P2X7, induziram a proliferação e quimioresistência das células de neuroblastoma silenciadas para o receptor P2X7, o que nos leva a concluir que o receptor P2X7 em TAMs é desfavorável à progressão de tumores expressando P2X7.