Atividade antibacteriana de antibióticos, de desinfetantes e de extrações vegetais sobre Salmonella padrão e Salmonelas isoladas em produtos de origem animal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Maciel, Mônica Jachetti
Orientador(a): Avancini, Cesar Augusto Marchionatti
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/131252
Resumo: O gênero Salmonella constitui um problema para a saúde animal e humana. Com a finalidade de evitar a ocorrência da transmissão deste microrganismo e a interrupção da doença provocada por eles, deve-se utilizar desinfetantes e antibióticos. A exposição continuada a estes agentes pode resultar no surgimento de resistência microbiana. Tendo em vista este fenômeno, a pesquisa por novos agentes antimicrobianos a partir de extratos vegetais se faz necessária, pois existe a possibilidade de se encontrar substâncias eficazes contra a resistência de micro-organismos já disseminados no ambiente. Os objetivos deste estudo foram: monitorar a resistência das 134 amostras de Salmonella isoladas em produtos de origem animal frente a antibióticos comumente utilizados na rotina veterinária; testar a atividade dos desinfetantes frente às Salmonellas resistentes; testar a hipótese de resistência cruzada entre grupos antibióticos e desinfetantes; avaliar a atividade bactericida de extratos de plantas medicinais nativas no Rio Grande do Sul sobre salmonelas padrão; avaliar a atividade antibacteriana do macerado hidroalcoólico de Achyrocline satureioides frente às salmonelas resistentes; fazer prospecção fitoquímica do macerado hidroalcoólico e do decocto de Achyrocline satureioides, Realizou-se o teste de sensibilidade a antibióticos frente a 134 amostras de Salmonella spp. isoladas em produtos de origem animal. Cinquenta e uma (51) salmonelas foram resistentes a pelo menos um antibiótico. Após, utilizou-se o teste de suspensão da avaliação quantitativa da atividade bactericida de desinfetantes. Foram testados os desinfetantes cloreto de cetil trimetilamônio (amônia quaternária), digluconato de clorexidina (clorexidina), hipoclorito de sódio e iodóforo, em quatro concentrações frente salmonelas resistentes, nos tempos 5, 15 e 60 minutos, densidade populacional 107 UFC/ mL. O iodóforo e o hipoclorito de sódio inativaram os isolados na maior parte dos experimentos. Porém, cloreto de cetil trimetilamônio (amônia quaternária) e digluconato de clorexidina (clorexidina) mesmo nas maiores concentrações do desinfetante, houveram micro-organismos resistentes. Pode-se perceber que não houveram relações concomitantes de resistência entre antibióticos e desinfetantes, levando-se em consideração todas as variáveis testadas. Na triagem inicial da atividade antibacteriana das plantas medicinais, utilizou-se a proporção de 10 g de planta para 100 mL do líquido extrator, em 8 e 24 horas, densidade populacional de Salmonella Choleraesuis (ATCC 10.708) 107, 106 e 105 UFC/ mL e formas decocção e maceração hidroalcoólica das plantas Achyrocline satureioides, Bidens pilosa, Conyza bonariensis, Jacaranda micrantha, Myrciaria cuspidata e Smilax cognata. A. satureioides, como macerado hidroalcoólico apresentou inativação nos tempos 8 e 24 horas, mostrando maior redução logarítmica. A. satureioides no macerado hidroalcoólico foi testada frente a 51 salmonelas resistentes. Observou-se que quanto maior o tempo de contato, nas menores densidades populacionais, maior foi o número de inativações. A atividade antibactericida do macerado hidroalcoólico de A. satureioides sugere o seu uso como ingrediente antisséptico em pomadas para uso animal ou humano, ou ser empregado na imersão de utensílios e partes removíveis de maquinários das indústrias alimentícias, frigoríficos, tendo como objetivo promover a desinfecção destes insumos. A prospecção fitoquímica realizada com o decocto e com o macerado hidroalcoólico de A. satureioides detectou a presença de compostos fenólicos, taninos hidrolisáveis e condensados, flavonóis e saponinas. O decocto de A. satureioides, diferentemente do macerado hidroalcoólico, não apresentou taninos hidrolisáveis e saponinas.