Ideologias de linguagem na modernidade recente : o que dizem estudantes multilíngues de uma universidade no Sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Fries, Alana
Orientador(a): Garcez, Pedro de Moraes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/212721
Resumo: Na modernidade recente, ideologias de linguagem de monolinguismo em operação desde o estabelecimento do estado-nação moderno estão em tensionamento com novas ideologias de linguagem de valorização do multilinguismo. Desde uma perspectiva contemporânea crítica encontrada em investigações identificadas com a Linguística Aplicada, a Sociolinguística e a Antropologia da Linguagem, procura-se responder às seguintes perguntas de pesquisa: (1) O que revelam a respeito de suas concepções de multilinguismo os discursos sobre as práticas de linguagem próprias e de outros produzidos por pessoas com repertórios linguísticos multilíngues que circulam em uma universidade do Sul do Brasil?; (2) Quais ideologias de linguagem podem ser identificadas nas construções discursivas dessas pessoas a respeito da manutenção e do uso das línguas não majoritárias que compõem seus repertórios? A noção de repertórios linguísticos no lugar de línguas nomeadas (BLACKLEDGE, CREESE, 2017; BLOMMAERT, BACKUS, 2013); o aparato conceitual de ideologias de linguagem (KROSKRITY, 2004) e a ideia de centralidade da linguagem na nova economia globalizada (HELLER, 2010; URCIUOLI, 2016) norteiam a investigação. Discute-se também a “retórica da diversidade linguística” como um espaço contraditório de produção ideológica de linguagem. A investigação foi desenhada qualitativamente e filia-se ao paradigma interpretativo de pesquisa (BLAIKIE, 2000; MASON, 2002). Os dados foram gerados em entrevistas semiestruturadas com onze estudantes com repertórios linguísticos multilíngues de uma universidade no Sul do Brasil. A análise dos dados é de natureza interpretativa e esteve baseada numa perspectiva interacional sobre a produção de sentidos e discursos (GARCEZ; BULLA; LODER, 2014). Argumenta-se que as concepções de multilinguismo depreendidas dos discursos dos cidadãos multilíngues entrevistados apontam para a validade da perspectiva de repertórios linguísticos como pouco previsíveis, multifacetados e impermanentes; e que a valorização hiperbólica da diversidade linguística pode apagar desigualdades sociolinguísticas e ofuscar facetas deletérias pelas quais a condição multilíngue pode ser experienciada. Aponta-se que, no universo da pesquisa, circulam ideologias de linguagem de mercantilização de repertórios linguísticos. Por fim, propõe-se que discursos de orgulho (HELLER; DUCHÊNE, 2012), na modernidade recente superdiversa (VERTOVEC, 2007), ganham novas nuances.