Efeito da suplementação com probióticos em pacientes com esteato-hepatite não alcoólica : ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Sperb, Amanda Souza Silva
Orientador(a): Dall'Alba, Valesca
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/217601
Resumo: Introdução: A Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) compreende desde a esteatose hepática simples até esteato-hepatite não alcoólica (EHNA), que pode progredir para cirrose ou hepatocarcinoma. Atinge um quarto da população mundial e está associada com a epidemia da obesidade. Considerando o aumento da prevelância de EHNA e a existência de lacunas no seu tratamento, esse estudo objetivou avaliar o efeito da suplementação com probióticos em marcadores de função hepática e parâmetros clínicos em pacientes com EHNA. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado duplo-cego que incluiu pacientes adutos com EHNA diagnosticados por biópsia hepática. A intervenção consistiu de 24 semanas de suplementação com um mix de probióticos (Lactobacillus acidophillus + Bifidobacterium lactis + Lactobacillus rhamnosus + Lactobacillus paracasei, 1x109 CFU) ou placebo, duas vezes ao dia. No período basal e após as 24 semanas de tratamento, foram avaliados os seguintes parâmetros: dados clínicos e demográficos, elastografia transitória (FibroScan), enzimas hepáticas, NAFLD Fibrosis Score, Fatty Liver Index, avaliação laboratorial, concentração sérica de Toll-Like receptor -4 (TLR-4) e biomarcador Citokeratin 18 (CK-18). Foi também realizada avaliação antropométrica, atividade física e do consumo alimentar, além de análises da microbiota intestinal através da região hipervariável V4 do gene 16S rRNA. Resultados: Foram 85 pacientes elegíveis, desses, 46 pacientes confirmaram o diagnóstico de EHNA por biópsia hepática e, Quarenta e quatro pacientes completaram o estudo, sendo 59% mulheres, com média de idade de 51,4 ±11,6 anos. No período basal, 87% dos pacientes tinham baixo grau de fibrose (26% F0; 61% F1 através de biopsia), valores de enzimas hepáticas [AST 32 (24-46) U/L, ALT 42 (28-63) U/L, GGT 46 (28-84) U/L], circunferência de cintura aumentada (104,7±12 cm) e IMC com classificação de obesidade 30,97 (28,36-33,75) kg/m2, 76% em Síndrome Metabólica (SM). Após 24 semanas de intervenção, não foram observadas diferenças entre os grupos probiotico e placebo nos componentes da SM, circunferência da cintura, IMC, escores e enzimas hepáticas. (p> 0.05 para todos). CK-18 reduziu em ambos os grupos após a intervenção: no grupo probiótico de 981.09 (738.34-1134.73) para 639.46 (509.50-817.23) mIU / ml (p ≤0.01) e no grupo placebo de 789.74 (540.80-985.65) para 605.45 (472.13-837.22) mIU / ml (p = 0.013), entretanto sem diferença significativa entre os grupos (p = 0.109). Da mesma forma, TLR-4 reduziu em ambos os grupos após a intervenção, mas sem diferença entre os grupos (p = 0.885). Em relação à microbiota intestinal, não foram observadas diferenças na diversidade e abundância de filos e gêneros no grupo probiótico. Nenhuma outra mudança clinicamente significativa foi 10 observada nos grupos. Conclusão: A intervenção com probióticos por 24 semanas em pacientes com EHNA com baixo grau de fibrose demonstrou ser incapaz de promover alterações significativas na redução de biomarcadores de lesão e inflamação hepática, nas variáveis clínicas e nutricionais, e também na diversidade da microbiota intestinal.