Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Alfama, Elis Regina Gomes |
Orientador(a): |
Tondo, Eduardo Cesar |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/110762
|
Resumo: |
A alface é uma das hortaliças mais consumidas no Brasil. Várias escolas públicas do Estado do Rio Grande do Sul, sul do Brasil, ofertam esse vegetal no cardápio da alimentação escolar, no intuito de oferecer uma alimentação mais equilibrada, rica em nutrientes e fibras. A partir de junho de 2009, quando foi promulgada a Lei nº 11.947, foi determinado que pelo menos 30% dos recursos financeiros da alimentação escolar deveriam ser investidos na aquisição de alimentos produzidos pela agricultura familiar. No entanto, as condições higiênico-sanitárias dessas propriedades, assim como, a qualidade microbiológica de alfaces nelas produzidas, ainda são pouco conhecidas. Com base nisso, o objetivo desse trabalho foi investigar a qualidade microbiológica e os fatores climáticos na produção de alfaces destinadas à alimentação escolar em propriedades da agricultura familiar, no Sul do Brasil. Participaram deste estudo quatro propriedades rurais produtoras de alfaces convencionais destinadas a 159 escolas municipais do Rio Grande do Sul. Durante o período de julho/2013 a abril/2014, cada propriedade foi visitada de 3 a 5 vezes, quando foram coletadas e analisadas amostras de alface, solo, adubo químico e orgânico, água de irrigação e água de lavagem, além da temperatura das águas. Também foram coletados parâmetros climáticos como precipitação, temperatura, radiação solar e umidade relativa. Os resultados demonstraram altas contagens de Escherichia coli variando de 3,51 a 5,57 log10 UFC/g (83.3%) em adubos orgânicos, além da presença de Salmonella Cerro em uma das amostras, sugerindo falhas no controle do tempo de compostagem. As amostras de solo demonstraram altas contagens de E. coli, variando de Não Detectado (ND) a 3,83 log10 UFC/g (7.4%), nos produtores que utilizaram adubos orgânicos. Uma amostra de solo coletada em uma propriedade que utilizava adubo químico demonstrou baixas contagens de E. coli e a presença de S. Cerro. As amostras de água de irrigação demonstraram contagens de coliformes termotolerantes, variando de ND até 23 NMP/100mL. As maiores contagens foram provenientes de água de açude, enquanto que as menores vieram de água de rio e fonte natural, localizada no alto de uma colina. As amostras de água de lavagem também demonstraram quantidades variadas de coliformes termotolerantes, sendo que as menores contagens foram obtidas em águas oriundas de poço artesiano e as maiores do mesmo açude das águas de irrigação citadas acima. Nenhuma amostra de água demonstrou Salmonella spp ou E. coli O157:H7. Dentre as 54 amostras de alface, apenas 08 demonstraram E. coli, com contagens de ND a 3,43 log10 UFC/g (14.8%). Apenas uma amostra de alface apresentou S. Cerro, a qual foi coletada em propriedade que também apresentou esse sorovar de Salmonella em adubo orgânico. De forma geral, a precipitação foi baixa (0,43 a 0,86 mm), a umidade relativa foi alta (82 a 90,2%), a temperatura foi variável (13,3ºC a 22,9ºC), assim como a radiação solar (10,64 a 670kjm2). As análises estatísticas demonstraram que quando a radiação solar foi alta houve influência significativa nas contagens de coliformes totais nas amostras de alface e solo, as quais apresentaram contagens mais altas. Já as contagens de coliformes termotolerantes nas amostras de água de irrigação apresentaram contagens mais baixas, quando a radiação solar foi alta. Os resultados demonstram a existência de fontes de contaminação microbiológicas ao longo da cadeia produtiva de alface destinada à alimentação escolar do Sul do Brasil. Embora a contaminação das alfaces tenha sido baixa, destaca-se a necessidade de controle do tempo de compostagem de adubos orgânicos, a utilização de água de irrigação de boa qualidade e uso de água de lavagem potável. Além disso, destaca-se a necessidade de higienização adequada desses folhosos, antes de seu consumo, principalmente devido ao público-alvo ser composto por um grande número de crianças. |