Policondrite em suínos de creche e crescimento-terminação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gris, Anderson Hentz
Orientador(a): Driemeier, David
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Ear
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/237375
Resumo: Em animais, inflamações do tecido cartilaginoso (condrites) geralmente ocorrem devido à extensão de lesões em outros tecidos. Condrites primárias são raras e geralmente apresentam características semelhantes às observadas em humanos com uma condição autoimune denominada policondrite recidivante. O objetivo deste trabalho é caracterizar a apresentação clínico-patológica de um surto de policondrite em suínos. No mês de junho de 2021, foram realizadas visitas a quatro granjas suínas na cidade de Pinhalzinho (SC), nas quais foram obtidos dados clínicos, realizou-se coleta de sangue e avaliação clínica, seguida de necropsia dos suínos acometidos. Na fase de creche e crescimento-terminação aproximadamente 3 e 4% dos suínos, respectivamente, apresentavam otohematomas. Ainda, nas últimas fases, aproximadamente 60% dos suínos com lesão auricular apresentavam piora clínica caracterizada por dispneia inspiratória e estridor respiratório que, por vezes, evoluía para óbito quando movimentados. Macroscopicamente, os leitões da creche apresentavam as orelhas aumentadas e, na superfície de corte, a cartilagem estava fragmentada, entremeada a material esbranquiçado e firme (fibrose), os quais separavam do tecido cutâneo, e formavam uma fenda, preenchida por fibrina e coágulos sanguíneos. Os suínos de crescimento-terminação apresentavam lesões auriculares semelhantes, porém, usualmente mais crônicas, e apresentavam também, as cartilagens laríngeas (epiglote e aritenoide) espessadas com oclusão parcial do lúmen laríngeo. Ao corte, essas cartilagens apresentavam-se fragmentadas. Microscopicamente, as cartilagens laríngeas e auriculares estavam circundadas por infiltrado inflamatório linfo-histiocitário com eventuais células gigantes multinucleadas tipo corpo estranho, além de perda da basofilia da matriz cartilaginosa na periferia. Essas cartilagens ainda estavam fragmentadas e intercaladas por fibrose, hemorragia e deposição de fibrina. Ainda, as cartilagens afetadas apresentavam evidenciação de fibras elásticas e perda da coloração na periferia da matriz cartilaginosa nas colorações de azul de toluidina e alciano. Os achados desses casos foram compatíveis com policondrite, que acomete as cartilagens laríngeas e auriculares, semelhante ao descrito em outras espécies animais e nos casos de policondrite recidivante em humanos. Não foi possível isolar um fator epidemiológico ou etiológico que justificasse o desencadeamento deste surto. Nos suínos aqui relatados, as lesões foram restritas às cartilagens elásticas (auricular, aritenoide e epiglote) e causaram prejuízos pela perda de desempenho zootécnico e pela morte de animais por insuficiência respiratória. Ao conhecimento dos autores, este é o primeiro relato de policondrite primária em suínos.