A parte oculta : o desenho entre a suspensão e a premonição

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Moura, Marcos Fioravante de
Orientador(a): Cunha, Eduardo Figueiredo Vieira da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/270464
Resumo: A presente pesquisa parte de minha produção artística recente (2016-2022) e propõe reflexões acerca do desenho como meio autorreferente, cuja presença é percebida nas operações do processo de trabalho desde o momento que antecede o fazer até sua apresentação. O desenho, em meu processo, volta-se para certa latência gráfica nas imagens de referência, antes mesmos delas serem apropriadas. Cria-se uma relação de premonição: algo que se pressente e vai ganhar corpo nos trabalhos. Proponho pensar a imagem por sua ação geradora e observar esta ação naquilo que as imagens evocam, partindo dos elementos presentes em meu repertório iconográfico (sombra, casas, paisagens, montanhas, pedras), tomados como lições da imagem. Aqui, a imagem desenhada é tida como operação dialética por vias bifurcadas e bipolares, gerando um espaço de indeterminação. Na operação de transposição de imagens algo se perde, mas se mantém como latência, o que resta na condição de coisa oculta, reminiscências e ecos de algo não dito, que o desenho vem reiterar. Dessa relação se faz enigma, cuja sensação de mistério estaria imbricada nas imagens e em seus meios de instauração; uma imagem que dobra sobre si mesma: ausência, separação, suspensão. A partir de uma relação transversal, ligando as camadas da prática do desenho e das formas de representação, tem-se um catalisador de ausências simultâneas, sobrepostas, estendidas, e/ou tensionadas como vestígio da marca gráfica. Esta especulação busca, assim, articular e refletir sobre os interstícios da imagem-desenho como fenômeno limiar, dialético e autorreferente.