Alice na biblioteca mágica : uma leitura sobre o diagnóstico e a escolarização de crianças com autismo e psicose infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Vasques, Carla Karnoppi
Orientador(a): Baptista, Cláudio Roberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/13480
Resumo: Na construção de processos inclusivos encontram-se obstáculos relativos aos supostos limites e possibilidades de escolarização de crianças e adolescentes com autismo e psicose infantil. Em conseqüência de sua estruturação psíquica singular, estes sujeitos apresentam comportamentos estereotipados, falas descontextualizadas, escritas e leituras presas na literalidade ou com sentido errante. Tais diferenças são, constantemente, percebidas como impedimentos para a educação escolar, justificando-se, assim, a ausência de escolarização ou o encaminhamento para espaços reeducativos, com vistas à adaptação comportamental. Pretende-se contribuir para a construção de um novo olhar sobre esses sujeitos e suas possibilidades subjetivas e educacionais. Para tanto, optou-se por analisar o conhecimento acadêmico-científico, dissertações e teses, produzido nos programas de pósgraduação brasileiros, de 1978 a 2006. Foram identificadas 264 pesquisas. Um primeiro gesto de leitura mapeou as diversas áreas envolvidas e a singularidade do debate instituído. Pode-se dizer que a principal pergunta é pelo diagnóstico e a etiologia, modo pelo qual se formaliza a questão sobre quem são esses sujeitos e de onde derivam as múltiplas propostas terapêuticas e educacionais. Como lentes teóricas têm-se as proposições da educação inclusiva em diálogo com a psicanálise freudo-lacaniana e a hermenêutica filosófica. A presente tese narra a construção de um percurso investigativo, do inventário enciclopédico à invenção de uma leitura. Parte-se da premissa de que existe uma centralidade do diagnóstico na condução dos percursos educacionais de crianças com autismo e psicose infantil. Freqüentemente, o diagnóstico é identificado com o ato de desvelar e/ou decodificar. Defende-se que a relação diagnóstico-escolarização implica a construção de uma leitura, a invenção de possibilidades. Não sendo possível determinar a veracidade das diferentes teorias, o processo de escolarização inclui um não-saber constitutivo. Como não há um percurso pré-estabelecido, garantido e antecipado pelo diagnóstico, o professor e a escola responsabilizam-se por suas escolhas, visando à experiência escolar de seu aluno. Daí a base de sua conduta ser ética, em lugar de um método ou técnica. Do impossível de saber ao contingencial do ser constroem-se as possibilidades de escolarização.