Sujeitos com autismo em relações : educação e modos de interação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Marocco, Vanessa
Orientador(a): Baptista, Cláudio Roberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/40490
Resumo: Este estudo teve como objetivo compreender os modos de interação de sujeitos com autismo, a partir de uma perspectiva autopoiética. A partir desta perspectiva, de autoproduzir-se, pensou-se mostrar as relações que constituíram os processos de escolarização dos sujeitos envolvidos. Nesta direção, esta pesquisa desenvolveu-se com um método fenomenológico se movimentando junto ao pensamento de Martin Heidegger, Maurice Merleau-Ponty e Humberto Maturana. Este estudo foi realizado em duas Escolas – uma de Educação Infantil e uma de Ensino Fundamental Regular – da Rede Municipal de Ensino (RME) de Porto Alegre-RS. O intuito foi se movimentar em todos os espaços que os sujeitos com autismo puderam estar a partir das atividades escolares, a fim de vivenciar as relações de seis sujeitos com autismo (quatro crianças e dois adolescentes). A estrutura metodológica desenhou-se com observações, num total de oitenta registros em diários de campo; conversas com profissionais e famílias; dois encontros com as representantes do setor da Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação (SMED); duas entrevistas semiestruturadas: uma com a professora responsável pelo atendimento de Psicopedagogia Inicial (PI) na Escola de Educação Infantil e uma com a professora responsável pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Escola de Ensino Fundamental. Assim engendraram-se questões importantes sobre a escolarização dos sujeitos com autismo. No capítulo chamado “palavras vivas” duas formas foram possíveis: a primeira, sentidos no conhecer trouxe o contraste das relações no cotidiano; e a segunda, corpos misturados enfatizou a nitidez das relações em sobrevoos contínuos. Nas ações da área da Educação, enfatizando os sujeitos com autismo pode-se considerar um estar-junto (um ser-com) legitimado pelo respeito, considerando o quanto uma situação de inclusão escolar pode ser potencializadora para todos os sujeitos. Os diferentes processos mostraram, por exemplo, a comunicação como um viés a ser desenvolvido nas relações e mostraram que as ações dos profissionais da Educação em apostar nas trajetórias escolares de sujeitos com autismo são, ainda, pontos de muita tensão. A partir disso foi possível indicar quatro núcleos organizadores das educações de sujeitos com autismo: tempo, encontro, atenção e expressão. Estes podem ser considerados como uma possibilidade de desenho inicial para a formação de futuros professores numa perspectiva que prioriza as formas do conhecer, a fim de consolidar um movimento de reconhecer-se em uma área científica e ao mesmo tempo de manter o estranhamento sobre ela. Por fim, se considerou uma possível problematização da ideia de interação como condição ou possibilidade humana, levando em consideração os paradoxos estabelecidos pelos sujeitos que fazem as diferentes educações.