Bullying e sintomas psicóticos em crianças e adolescentes com transtorno bipolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Acosta, Jandira Rahmeier
Orientador(a): Passos, Ives Cavalcante
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/196885
Resumo: O transtorno bipolar com início na infância ou adolescência (TBIA), em comparação com início na vida adulta, está associado com um curso mais grave. Sintomas psicóticos são comuns no TBIA e estão associados com fatores de pior prognóstico da doença como quadros menos episódicos, ciclagem, comorbidades com outros transtornos psiquiátricos, comportamento suicida e hospitalizações. Traumas na infância também estão relacionados com sintomas psicóticos no transtorno bipolar (TB). Bullying vem sendo estudado no contexto de traumas na infância nos últimos anos e vários estudos com amostras comunitárias mostram aumento de risco para experiências psicóticas naqueles que sofreram bullying. Porém, os estudos avaliando a relação entre bullying e sintomas psicóticos com transtornos psiquiátricos são escassos e com resultados mistos. Não encontramos nenhum estudo sobre sintomas psicóticos e bullying no TBIA. O objetivo primário deste estudo foi avaliar a relação de história de sintomas psicóticos com bullying e secundariamente, com variáveis clínicas. Foram incluídos 64 crianças e adolescentes com TB, das quais 21 relataram história de psicose. Na análise estatística univariada, nível socioeconômico mais baixo, maior gravidade da doença na avaliação, bullying e comportamento suicida foram associados com sintomas psicóticos. Na regressão logística, a associação permaneceu significativa somente com bullying e comportamento suicida, com OR de 7.3; (95%CI= 2 - 32) e de 7.6 (95%IC = 1.5 – 47.8), respectivamente. Uma análise suplementar com modelo de machine learning mostrou que as variáveis preditoras mais relevantes para diferenciar os pacientes com sintomas psicóticos foram bullying, gravidade da doença (CGI) e comportamento suicida (acurácia = 75%, AUC = 0.86). Sintomas psicóticos podem servir como indicador de pior curso e prognóstico da doença e sua expressão pode estar relacionada com a vulnerabilidade genética e ambiental, como bullying. Bullying é uma variável modificável e sua correlação com psicose em nosso estudo mostra a importância de integrar a escola na abordagem terapêutica do TBIA.