Atuação do farmacêutico clínico na equipe de transplante renal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Gnatta, Diego
Orientador(a): Heineck, Isabela
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/201129
Resumo: Introdução: O transplante renal é o tratamento ideal para muitos pacientes com doença renal em estágio final e no Brasil é a terapia de substituição renal mais custo-efetiva, requerendo imunossupressão diária para o sucesso a longo prazo e configurando a principal forma de prevenção e manejo do processo de rejeição. A não-adesão aos imunossupressores é um fator crítico associado com aumento das taxas de disfunção e perda do enxerto. Diante disto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o impacto da atenção farmacêutica na adesão ao tratamento com imunossupressores em um ambulatório de Transplante Renal no sul do Brasil. Métodos: Ensaio Clínico Randomizado prospectivo e controlado, que incluiu 64 pacientes selecionados através dos critérios de elegibilidade. Os pacientes foram randomizados para o grupo 1, designado intervenção (receberam os cuidados do farmacêutico durante os 12 meses do estudo, a partir da alta hospitalar do transplante renal) ou para o grupo 2, designado controle (receberam os cuidados do farmacêutico a partir do mês 7 até o mês 12). A adesão ao tratamento foi aferida através de autorrelato utilizando a Escala BASEL para Avaliação de Aderência a Medicamentos Imunossupressores (BAASIS©) - Entrevista e através da aferição dos níveis sanguíneos do imunossupressor tacrolimo. Resultados: Nos seis primeiros meses pós-transplante, ao comparar os grupos intervenção (n=32) e controle (n=32) através do autorrelato, os pacientes do grupo intervenção apresentaram maior adesão ao tratamento imunossupressor, 90,6% versus 53,1%, p=0,03. No mês 12, a adesão ao tratamento imunossupressor foi de 87,5% no grupo intervenção versus 59,4% no grupo controle, p=0,02. A adesão ao tratamento com tacrolimo aferida através da dosagem do fármaco no sangue total apresentou diferença no mês 4, 96,4% (grupo 1) versus 77,8% (grupo 2), p=0,04. Nos demais tempos dosados não houve diferença significativa. Análise de sobrevida de 12 meses mostrou associação entre não-adesão aferida através do autorrelato e episódio de rejeição aguda (RA), sem levar em consideração o grupo de pesquisa, p=0,008. No entanto, não houve diferença significativa nas taxas de RA entre os grupos analisados. Conclusões: A inserção do farmacêutico nas equipes de transplante renal desponta como oportuna e relevante para a adesão ao tratamento e sobretudo quanto ao incremento da segurança do processo assistencial. O presente estudo indica que os pacientes que receberam os cuidados do farmacêutico pesquisador juntamente com o atendimento clínico de rotina mostraram uma melhora significativa da adesão ao tratamento através de autorrelato.