Trabalho e precarização no contexto das contrarreformas : uma análise sobre a desproteção social dos trabalhadores com formação superior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Martins, Juliana
Orientador(a): Wünsch, Dolores Sanches
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/250538
Resumo: A presente dissertação analisa as facetas do intenso processo de precarização do trabalho e da vida imposto pelas novas configurações do mundo trabalho concatenado à chamada 4ª Revolução Industrial, que traz contigo a era digital. Há uma mudança nas relações, condições e formas de inserção no mercado de trabalho que incidem na vida dos trabalhadores de forma objetiva e subjetiva. Associado a isso, vivemos um contexto ultraliberal de desmantelamento das Políticas Sociais através de contrarreformas que retiram os direitos sociais conquistados e concretizados pela Constituição Federal de 1988. Essa condição atinge a todos os trabalhadores, inclusive aqueles que têm formação superior, uma vez que há uma gama de trabalhadores qualificados que o mercado não consegue absorver, fazendo com que os mesmo se submetam a trabalhos com relações e condições precarizadas. Portanto, o objetivo do estudo foi de investigar a realidade dos trabalhadores com formação superior inseridos de forma precarizada no mercado de trabalho, com vistas a apontar as repercussões referente a proteção social e a saúde desses trabalhadores. Para tanto foi realizada uma pesquisa qualitativa onde a amostra dos sujeitos ocorreu através da seleção intencional de profissionais com formação nas áreas das ciências humanas e sociais (de acordo com classificação das áreas de conhecimento do CNPq), que estavam inseridos no mercado de trabalho sem vínculo laboral celetista ou estatutário. Para tal, foi construído um questionário on-line contendo 57 perguntas fechadas e abertas sobre as temáticas: trabalho, saúde e previdência e enviado aos sujeitos através da técnica bola de neve. Teve-se o retorno de 46 respostas e um aproveitamento de 28% os quais se atendiam os critérios da amostra. Para análise foram utilizadas fontes primárias (questionário) e secundárias (documentos e dados advindos de órgãos governamentais) os quais foram analisados considerando a atual conjuntura. Os resultados mostram que os impactos das novas configurações do mundo do trabalho, associados ao contexto ultraliberal de contrarreformas e de crise sanitária provocada pela pandemia da COVID-19, resultam no aumento da desigualdade e vulnerabilidade social e se materializam através de fatores econômicos, sociais, de lazer, culturais, ambientais, laborais, de saúde e no acesso aos bens e serviços sociais. Essa conjuntura se exponencia no contexto pandêmico, onde a negligência do (des)governo para com a crise sanitária visibiliza e ao mesmo tempo oculta a exposição da classe trabalhadora ao processo de desproteção social em curso e amplia o abismo social presente no contexto contemporâneo