Entre a formalização e a precarização : o trabalho e o emprego dos cortadores de cana de Alagoas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Queiroz, Allan Souza
Orientador(a): Rosenfield, Cinara Lerrer
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/78171
Resumo: Esta dissertação tem como objeto as mudanças no emprego e no trabalho dos cortadores de cana-de-açúcar da agroindústria canavieira de Alagoas. Na década de 1990, no bojo do processo de reestruturação produtiva do setor sucroalcooleiro, a informalidade do emprego é interditada com o processo de formalização, no qual passa a se estabelecer contratos diretos entre capital e trabalho, e ao mesmo tempo, ocorre um processo de intensificação do trabalho manual dos cortadores de cana. A partir deste cenário, busca-se entender como a emergência da formalização do trabalho canavieiro se relaciona com os processos contemporâneos de precarização do trabalho. Para tanto, realizou-se uma clarificação dos conceitos de precariedade e precarização a partir das perspectivas sociológicas que vêm investigando as mudanças contemporâneas no mundo do trabalho. Parte-se do pressuposto de que as formas de trabalho na agroindústria canavieira configuram-se a partir de uma histórica e estrutural precariedade. Assim, primeiramente, retorna-se ao passado a fim de levantar pistas para entender os significados que a precariedade do trabalho canavieiro assume ao longo do século XX, e localizar onde estão presentes aspectos de precariedade referentes ao emprego e ao trabalho. Por conseguinte, realizou-se uma pesquisa de campo com trabalhadores canavieiros da parte norte-serrana da Zona da Mata de Alagoas, utilizando-se de entrevistas em profundidade, com o intuito de produzir dados para conhecer o que ocorre, contemporaneamente, com as dimensões do emprego e do trabalho nesse processo de formalização da atividade. Essa ampla revisita às formas emblemáticas de trabalho canavieiro entre o passado e o presente, permitiu argumentar que o processo de formalização não impediu que novos processos de precarização atingissem o trabalho canavieiro. Nesse sentido, a evolução do emprego e do trabalho nas regiões canavieiras alude a um processo de institucionalização da intermitência e da intensificação da atividade, isto é, a própria precariedade do emprego e do trabalho foram institucionalizadas e legitimadas, levando a uma atualização de seus efeitos sob a forma de inseguranças socioeconômicas, que atingem as possibilidades de produção dos meios de vida dos canavieiros, e repercussões à saúde, degradando a força de trabalho.