Cultura de tecido ovariano : padronização e análise histológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bottini, Alessandra Leal
Orientador(a): Corleta, Helena von Eye
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/217541
Resumo: Introdução: A utilização de agentes quimioterápicos citotóxicos no tratamento de diversas doenças, com potencial de desenvolvimento de insuficiência ovariana precoce e consequente infertilidade, exige que técnicas de preservação ovariana sejam estudadas e constantemente aprimoradas. Para isso, a padronização da cultura de tecido ovariano é importante e deve estar bem estabelecida. Os pacientes transgêneros masculinos submetidos à cirurgia de redesignação de sexo oportunizam a possibilidade de estudo deste órgão nobre em pesquisa. Objetivo: Descrever as características histológicas do tecido ovariano humano submetido a cultura in vitro a partir de ovários dos pacientes transgêneros masculinos. Método: Estudo experimental in vitro. As amostras foram coletadas durante cirurgia de redesignação de sexo dos pacientes transgêneros masculinos. O córtex ovariano foi cortado em fragmentos de 2, 3 e 4 mm e dispostos em placa de 96 poços próprias para cultivo por 2, 4, 6 e 8 dias e lâminas destes fragmentos foram confeccionadas, coradas em HE e analisadas por patologista experiente. Resultados: A histologia dos fragmentos ovarianos foi analisada nos tempos zero, 2, 4, 6 ou 8 dias de cultura, sendo observada hiperplasia estromal em todas as amostras. A presença de hiperplasia estromal não está associada com a obtenção de folículos primordiais ou primários. A hipocelularidade periférica foi outro achado recorrente. Folículos primordiais e primários foram identificados com padrão heterogêneo entre os fragmentos de um mesmo paciente e entre pacientes diferentes, sendo que folículos em estágios mais avançados de desenvolvimento (secundários e antrais) não foram encontrados. Houve associação entre o diâmetro dos 14 fragmentos ovarianos e a identificação de folículos primários (p=0,036). O número de dias em cultura apresentou associação com sinais histológicos de sofrimento tecidual nos fragmentos (p=0,002). O número total de folículos identificados nas amostras de 2 mm de diâmetro foi significativamente menor do que nas amostras de 4 mm (p=0,031). Conclusão: Os ovários destes pacientes, mesmo após exposição prolongada a testosterona, apresentavam folículos primordiais e primários viáveis, mantendo a viabilidade com o passar dos dias expostos à cultura. A obtenção de folículos em estágios mais avançados de desenvolvimento não foi identificada no tempo basal, nem após 8 dias de cultura.