Avaliação da esteroidogênese adrenal e ovariana em mulheres adultas com lúpus eritematoso sistêmico juvenil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lourenço, Daniela Mencaroni Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-17112023-131207/
Resumo: Objetivo: Avaliar a esteroidogênese adrenal mineralocorticoide, glicocorticoide e androgênica em pacientes adultos que apresentaram lúpus eritematoso sistêmico de início juvenil (LESj) e o possível efeito da prednisona sobre os hormônios adrenais e a reserva ovariana. Métodos: Cinquenta e um adultos que apresentaram LESj (critérios do Colégio Americano de Reumatologia) e 23 controles saudáveis foram avaliados para esteroidogênese adrenal, incluindo os mineralocorticoides (progesterona, desoxicorticosterona, aldosterona), glicocorticóide (17-OHprogesterona, 11-desoxicortisol, cortisol) e androgênio (androstenediona, sulfato de dehidroepiandrosterona, testosterona total e dihidrotestosterona). A avaliação da reserva ovariana incluiu hormônio folículo estimulante (FSH), estradiol, hormônio anti-Mülleriano, volumes ovarianos e contagem de folículos antrais. Resultados: A mediana da idade atual [29,11 (19-39,8) vs. 30,8 (19,6-42,1) anos, p=0,502] foi semelhante em adultos LESJ e controles. Em relação aos hormônios mineralocorticoide e glicocorticoide, as medianas da progesterona (p=0,003), 17-OH progesterona (p<0,001) e 11-desoxicortisol (p=0,036) foram significantemente menores nos pacientes em comparação aos controles. Todos os hormônios da esteroidogênese androgênica foram reduzidos no primeiro grupo [sulfato de deidroepiandrosterona (p<0,001), androstenediona (p=0,001), testosterona total (p=0,005) e diidrotestosterona (p<0,001)]. Comparações adicionais de pacientes com e sem uso atual de prednisona e controles revelaram um impacto predominante sobre os glicocorticóides adrenais e esteroidogênese androgênica, pacientes sob este medicamento apresentaram níveis reduzidos de 17-OH progesterona [0,17 (0-0,5) vs. 0,27 (0,1-2,9) vs. 0,33 ( 0,1-0,8) ng/mL, p<0,001], sulfato de dehidroepiandrosterona [0,155 (0-0,6) vs. 0,49 (0,1-1,6) vs. 1,11 (0,1-2,6) mg /mL,p<0,001], androstenediona [0,56 (0,2-4,4) vs. 1,7 (0,5-4,5) vs. 2,33 (0,3-3,8) ng/mL, p<0,001], testosterona total [12 (12-167) vs. 16 (12-28) vs.(16,5 (0-50) ng/dL, p=0,002] e di-hidrotestosterona [92,68 (11,8-198,5) vs. 160,62 (37,9-842,1) vs. 188,3 (71,3-543,9) pg/ml, p<0,001. Além disso, os pacientes em uso de prednisona também tiveram volumes ovarianos medianos reduzidos [4,14 (2-12) vs. 7,13 (2-25,7) vs. 5,18 (2,4-17,3) cm3, p=0,028) o que não foi associado com dose cumulativa de ciclofosfamida (p>0,05). A dose mediana de prednisona foi 15/mg/dia (2,5-40). Conclusão: Fornecemos novas evidências de que os pacientes com LESJ apresentam um comprometimento da esteroidogênese adrenal em relação ao grupo controle. Além disso, o uso de prednisona baixo/moderado parece estar subjacente a essas anormalidades e pode afetar adversamente a produção dos hormônios da suprarrenal e a reserva ovariana, independentemente do uso de outros imunossupressores