Avaliação da reserva ovariana, por meio da dosagem do hormônio antimulleriano, após escleroterapia alcoólica do endometrioma ovariano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Neves, Jaqueline da Silva [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71062
Resumo: Introdução: Endometriose é uma doença ginecológica benigna, que acomete 6- 10% das mulheres em idade reprodutiva. A manifestação ovariana, denominada endometrioma, está presente em 17- 44% dessas pacientes. A infertilidade e a dor pélvica são sintomas comuns, que pioram a qualidade de vida das mulheres afetadas. O tratamento clínico medicamentoso é pouco eficaz nos endometriomas maiores que um centímetro. O tratamento cirúrgico é o mais indicado, sendo a cistectomia ovariana o procedimento cirúrgico padrão ouro. Entretanto, após a cistectomia, há diminuição da reserva ovariana nessas mulheres, que pode prejudicar a fertilidade. Portanto a busca por procedimento que possa reestabelecer a qualidade de vida e, também não prejudicar o futuro reprodutivo nos motivou a realizar este trabalho. Objetivo: Avaliar prospectivamente, por meio da dosagem do Hormônio Anti- Mulleriano (HAM), o comportamento da reserva ovariana, além da variação na intensidade da dor e taxa de recidiva dos cistos endometrióticos em pacientes submetidas ao procedimento de escleroterapia alcoólica. Métodos: Neste estudo prospectivo, 10 pacientes (com idade média de 30,5 anos), foram submetidas à escleroterapia alcoólica, como parte da terapêutica do ambulatório de Algia Pélvica e Endometriose, da UNIFESP, de maio de 2019 até janeiro de 2022. O diagnóstico foi baseado nos sintomas clínicos e exames de imagem. Para avaliar o impacto da reserva ovariana, o HAM sérico foi medido antes e 3 meses após o procedimento. O acompanhamento com ultrassonografia foi realizado 1 e 3 meses após a alcoolização. A comparação do HAM e tamanho dos endometriomas antes e depois foi realizada com software JAMOVI, através de testes pareados não paramétricos. A avaliação da qualidade de vida foi através do questionário Endometriosis Health Profile Questionnaire 30 (EHP-30) e escala visual analógica (EVA). Resultados: O tamanho médio do endometrioma variou de 5.56 cm ± 2.25 para 2.52 cm ± 1.79 com p < 0,001. Foi possível observar melhora em várias dimensões da qualidade de vida, analisadas pelo questionário EHP-30. Em relação ao score de dor houve uma diminuição de 49.91 pontos ± 19.31 para 7.96 pontos ± 5.79 (p < 0,001), indicando melhora desse sintoma. Não foi possível realizar a análise estatística em relação à variação dos níveis da medida do HAM sérico devido ao pequeno número de participantes. Conclusão: A escleroterapia alcoólica como tratamento para os endometriomas, resultou em melhora da dor, qualidade de vida e redução do tamanho dos cistos. Em relação à reserva ovariana, futuros trabalhos envolvendo número maior de pacientes, são necessários para assegurar a eficácia e segurança do método em relação à fertilidade.