Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Cubillos Arcila, Diana Maria |
Orientador(a): |
Saute, Jonas Alex Morales |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/276501
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Resumo: |
Introdução: As paraparesias espásticas hereditárias são um grupo heterogêneo de doenças genéticas caracterizadas principalmente pela degeneração axonal dos tratos corticoespinhal e da coluna dorsal, atualmente sem terapias modificadoras da doença. Os sinais piramidais são caracterizados por fraqueza muscular e espasticidade que levam à perda gradual da capacidade de locomoção, e o comprometimento do trato sensorial afeta significativamente o controle postural, sendo que pouco se conhece sobre suas progressões. Um dos maiores desafios atuais na pesquisa clínica em PEH reside na identificação e estabelecimento de biomarcadores capazes de monitorar a progressão da doença. Estes biomarcadores devem apresentar elevada sensibilidade à mudança, e a relevância de seus achados para os pacientes precisa ser conhecida a fim de permitir a sua utilização e reconhecimento como desfechos válidos para avaliar a eficácia de futuras terapias. A presente tese é um dos primeiros projetos de pesquisa longitudinais prospectivos de longo seguimento empregando desfechos de avaliação clínica, incluindo: desfechos relatados pelo clínico; desfechos relatados pelo paciente; desfechos de desempenho; além de tecnologias de saúde digital por métodos da área da biomecânica (estabilometria e análise da marcha 3D) na busca dos biomarcadores mais adequados para avaliar a eficácia de futuras terapias em ensaios clínicos randomizados nas PEH. Objetivos: caracterizar e avaliar a sensibilidade à mudança de diferentes desfechos de avaliação clínica e tecnologias de saúde digital relacionados com alterações na marcha e equilíbrio estático de pacientes com PEH com diagnóstico genético confirmado durante até 4,5 anos de seguimento. Métodos: A avaliação e a análise dos dados desta pesquisa estão compostas por três fases, sendo a primeira um estudo caso-controle transversal; a segunda, uma coorte prospectiva avaliando apenas o grupo de casos; e a terceira, um estudo transversal para validar as novas tecnologias de saúde digital para análise da marcha. No total foram três avaliações: baseline, após 1,5 anos e após 4,5 anos. O protocolo de coleta esteve composto pelo desfecho relatados pelo clínico Spastic Paraplegia Rating Scale e seus subitens motores isoladamente; pelos desfechos de desempenho: teste de caminhada de seis minutos, teste de caminhada de 10 metros e teste Timed-Up and Go, os dois últimos na velocidade de caminhada autosselecionada e velocidade de caminhada máximas. O índice de reabilitação locomotora foi calculado por meio do teste de caminhada de 10 metros. O equilíbrio estático foi avaliado por estabilometria nas condições de olhos abertos e fechados em plataforma de força. Finalmente, a validação das tecnologias de saúde digital foi realizada sincronizando os três equipamentos simultaneamente (câmeras infravermelhas do sistema de referência Vicon, sete sensores inerciais do sistema Ultium Motion e um sensor inercial de smartphone do aplicativo Encephalog) para capturar o movimento do paciente por meio do teste Timed-Up and Go em distância de cinco metros na velocidade de caminhada autosselecionada e máxima. Resultados: Através de dois artigos científicos demonstramos na análise transversal que a doença compromete significativamente a locomoção, mobilidade e o controle postural dos pacientes em comparação com controles saudáveis. Nos dois artigos subsequentes nos concentramos na avaliação longitudinal para descrever a progressão da doença e determinar a sensibilidade à mudança dos diferentes desfechos de avaliação clínica e tecnologias de saúde digital avaliados. Os desfechos de desempenho apresentaram progressões significativas no intervalo de três anos de seguimento, entre a segunda e terceira avaliações, enquanto ao longo do período total de seguimento de 4,5 anos, tanto os desfechos de desempenho quanto o desfecho relatado pelo clínico apresentaram progressões significativas. As inclinações de progressão dos desfechos de avaliação clínica modeladas de acordo com a duração da doença permitiram a estimativa da progressão anual dos resultados e estimativas do tamanho da amostra para futuros ensaios clínicos de intervenções com diferentes tamanhos de efeito. O teste Timed Up and Go na velocidade máxima de caminhada foi o único desfecho de avaliação clínica capaz de diferenciar sujeitos com uma impressão de mudança de piora em comparação com estável/melhora, tendo sido o desfecho que exigiria o menor tamanho amostral se escolhido como o desfecho principal de um ensaio clínico. Com relação as tecnologias de saúde digital, foi observada uma progressão significativa na velocidade do deslocamento ântero-posterior do centro de pressão, assim como em suas amplitudes anteroposterior e mediolateral, independentemente das condições oculares para o grupo geral de HSP na estabilometria. Progressão significativa na diferença da velocidade ântero-posterior do centro de pressão com olhos fechados e abertos, indicativa de disfunção proprioceptiva, foi observada no grupo geral de paraparesias espásticas hereditárias e no subgrupo SPG4. Os parâmetros do centro de pressão, especialmente aqueles que refletiam a disfunção proprioceptiva, foram mais sensíveis à mudança do que a gravidade motora medida pela Spastic Paraplegia Rating Scale. O quinto artigo, consistiu na análise da terceira fase da pesquisa, em que foi observado concordância entre os resultados dos parâmetros espaço-temporais obtidos pelo sistema Ultium Motion e Vicon para o grupo geral, para pacientes com marcha independente e para pacientes que necessitam de auxílio para caminhar. No entanto, quando os parâmetros foram analisados separadamente para os lados direito e esquerdo, houve concordância apenas para o grupo de pacientes com marcha independente. Por outro lado, o aplicativo Encephalog não se mostrou confiável para avaliar parâmetros espaço-temporais da marcha nas paraparesias espásticas hereditárias. Conclusão: O teste Timed-Up and Go nas duas velocidades, o teste de caminhada de 10 metros na velocidade autosselecionada e as variáveis para detectar o déficit proprioceptivo da estabilometria são sensíveis para detectar mudanças e deveriam ser consideradas candidatos fortes para serem utilizados como desfechos em ensaios clínicos randomizados nas paraparesias espásticas hereditárias. Além disso, o sistema de sensores inerciais Ultium Motion foi preciso para a quantificação de parâmetros espaço-temporais da marcha em pacientes com paraparesias espásticas hereditárias que caminham de forma 11 independente, sendo que o potencial dessas tecnologias de saúde digital como um desfecho para ensaios clínicos em deve ser explorado adicionalmente. |