Eficácia e segurança da toxina botulínica no tratamento de indivíduos com paraparesia espástica tropical: um ensaio clínico randomizado duplo-cego e controle-placebo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Matheus de Sales lattes
Orientador(a): Ribeiro, Nildo Manoel da Silva lattes
Banca de defesa: Ferraz, Daniel Dominguez lattes, Ribeiro, Nildo Manoel da Silva lattes, Blascovi, Silvana Maria lattes, Trippo, Karen Valadares lattes, Correia, Helena França lattes, Fonseca, Marcus de Lemos
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas (PPGORGSISTEM) 
Departamento: Instituto de Ciências da Saúde - ICS
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38877
Resumo: Introdução – A mielopatia associada ao HTLV-1, ou paraparesia espástica tropical (MAH/PET), é uma doença progressiva e incapacitante. A espasticidade é um dos principais sintomas, e o tratamento se concentra nas drogas antiespásticas e em programas de reabilitação. A toxina botulínica tipo A (TBA) é uma intervenção consolidada no tratamento da espasticidade, embora haja escassez de estudos em pessoas com MAH/PET. Objetivo – Avaliar a eficácia e a segurança da TBA no tratamento de pessoas com MAH/PET. Métodos – Trata-se de um ensaio clínico randomizado, controlado, duplo-cego e controle-placebo, realizado com indivíduos maiores de 18 anos, diagnosticados com MAH/PET, que não tinham feito uso de TBA para tratamento de espasticidade. Os desfechos primários – espasticidade (escala de Ashworth modificada – EMA) e segurança (efeitos adversos), e os desfechos secundários – dor (mapa corporal de Michigan, MCM, e escala visual analógica – EVA), independência funcional motora (medida de independência funcional motora), variáveis espaço-temporais da marcha (teste de caminhada de 10 metros, TC10m), mobilidade funcional (timed up and go test, TUG), desempenho no sentar e levantar (teste de sentar e levantar de 5 repetições, TSL5R), funcionalidade (World Health Organization Disability Assessment 2.0, WHODAS 2.0) e qualidade de vida (Short Form Health Survey 36 itens , SF-36) – foram avaliados antes e três meses após a intervenção. Os participantes foram randomizados nos grupos TBA e controle-placebo (soro fisiológico), sendo estratificados de acordo com a capacidade de deambulação. O avaliador, o neurologista e os participantes não souberam a que grupo pertenciam. Resultados – Dois artigos científicos foram construídos. No total, 36 participantes foram analisados, com idade média de 59 (DP 14) anos, e tempo de doença médio de 11 (DP 5) anos. No primeiro estudo, no grupo TBA, houve diferença nos domínios aspectos físicos, dor, estado geral de saúde e saúde mental da SF-36, e no domínio mobilidade da WHODAS. No grupo controle-placebo, houve diferença no domínio mobilidade da WHODAS e no domínio dor da SF-36. Na análise intergrupo, houve diferença no domínio estado geral de saúde da SF-36. Não houve diferença na frequência dos efeitos adversos. No segundo estudo, não houve diferença intra e intergrupo em EMA, velocidade e cadência da marcha, tamanho do passo, TUG e no TSL5R. Conclusão – A TBA é segura para pessoas com MAH/PET, embora a primeira dose de TBA não fosse eficaz no tratamento de pessoas com MAH/PET após três meses de intervenção. Sugere-se que os próximos estudos identifiquem perfis de pessoas com MAH/PET respondentes à TBA e determinem métodos mais específicos de prescrição terapêutica da TBA para essa população.