Caracterização clínica e molecular das paraparesias espásticas hereditárias de início infantil no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Giordani, Gabriela Marchisio
Orientador(a): Saute, Jonas Alex Morales
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/223277
Resumo: As paraparesias espásticas hereditárias (PEH) são um grupo de doenças genéticas caracterizado por espasticidade e fraqueza muscular nos membros inferiores. As PEH são classificadas clinicamente em formas puras, em que são descritos apenas os achados piramidais; e complexas, em que esses achados são acompanhados de disfunções de outros sistemas neurológicos ou sistêmicos. A idade de início e a progressão desse grupo de doenças é variável. O presente estudo teve como objetivo caracterizar os dados clínicos e moleculares de um grande coorte de indivíduos com PEHs de início na infância. Foi realizada uma coorte histórica multicêntrica com a participação de cinco centros do Brasil, na qual dados dos casos index e familiares afetados com PHE de início na infância (início <12 anos) foram revisados de 2011 a 2020. Cento e sete indivíduos (84 famílias) com suspeita de PHE de início na infância, sendo 72 (52 famílias) com diagnóstico genético resolvido e 6 (5 famílias) com variantes candidatas em genes relacionados a PHE. O subtipo de início na infância mais comum foi SPG4, 11/52 (21,1%) famílias com diagnóstico genético resolvido; seguido por SPG3A, 8/52 famílias (15,4%). Variantes patogênicas missense no SPAST foram encontradas em 54,5% dos casos index, favorecendo a associação desse tipo de variante ao SPG4 de início na infância. As curvas de sobrevivência para desfechos maiores e progressões da Escala de Avaliação de Paraplegia Espástica em corte transversal confirmaram a deterioração neurológica lenta em SPG4 e SPG3A. As características complicadoras mais comuns e vinte variantes não descritas anteriormente em genes relacionados a PEH também foram relatadas. Esses resultados são fundamentais para compreender a epidemiologia molecular e clínica da PEH de início na infância, o que pode ajudar no diagnóstico diferencial, cuidado do paciente e orientar futuros ensaios colaborativos.