Teste do reflexo vermelho na maternidade : resultados de um hospital terciário e variáveis associadas a um teste duvidoso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Baldino, Vinícius Mac Cord Lanes
Orientador(a): Wagner, Mario Bernardes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/202771
Resumo: Introdução: O Teste do Reflexo Vermelho (TRV) é um exame recomendado para rastreio de alterações oculares na infância, especialmente no período neonatal. Objetivos: Descrever os resultados do TRV realizado em recém-nascidos (RN) a termo em maternidade de hospital terciário. Identificar fatores não oculares associados ao resultado do TRV e comparar o tempo de internação hospitalar entre pacientes com TRV duvidoso e normal. Métodos: Estudo transversal descritivo dos resultados do TRV realizado por meio de busca em prontuários de pacientes nascidos entre janeiro de 2014 e janeiro de 2018. Foram apresentados os resultados de avaliação oftalmológica realizada nos pacientes com TRV classificado como duvidoso pelo pediatra. Foi incluída ainda uma amostra de pacientes com TRV normal e realizado estudo de caso-controle aninhado para pesquisa de variáveis antropométricas, gestacionais e neonatais associadas ao resultado do TRV. Resultados: Foram identificados 121 casos de TRV duvidoso em 11.833 RNs. Em 16 deles foram confirmadas alterações, das quais 4 foram consideradas graves: 2 casos de glaucoma congênito, 1 de catarata e 1 de coloboma. Os pacientes com TRV duvidoso e normal não diferiram significativamente com relação a sexo, adequação de peso, via de parto, idade gestacional e Apgar no 1º e 5º minutos. As médias de peso de nascimento (p= 0,04), comprimento (p=0,03) e perímetro cefálico (p=0,02) foram menores nos pacientes com TRV duvidoso, entretanto sem um tamanho de efeito relevante (d = -0,21; -0,22 e -0,25; respectivamente). A proporção de pacientes brancos, pardos e negros foi estatisticamente diferente entre os grupos (p<0,001), com maior chance de resultado duvidoso no TRV para pardos (OR= 2,22) e negros (OR= 3,37) em comparação a brancos. Por outro lado, todas as alterações graves foram identificadas em pacientes brancos. O TRV duvidoso levou a um aumento no tempo médio de internação hospitalar de 62 horas para 82 horas (p< 0,001). Conclusões: O TRV foi capaz de identificar 4 casos de alteração grave em 11.833 RNs (0,03%). Nos 121 RNs em que o TRV foi classificado como duvidoso, houve aumento de 20 horas no tempo de internação hospitalar, porém se confirmou alteração grave em apenas 3,33% dos casos. Diferenças no reflexo vermelho entre RNs brancos, pardos e negros devem ser consideradas.