Evolução da função motora em uma amostra de crianças com paralisia cerebral em tratamento fisioterapêutico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Campos, Camila Moraes de
Orientador(a): Kieling, Renata Rocha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/268234
Resumo: Introdução: A Paralisia Cerebral (PC) descreve um conjunto de transtornos permanentes do desenvolvimento do movimento e da postura, que ocasionam limitação de atividades e são atribuídos a injúrias não progressivas ao sistema nervoso central ocorridas no período fetal ou durante a infância. Sabendo de sua irreversibilidade, a fisioterapia tem um papel fundamental na facilitação do desenvolvimento motor destas crianças e na prevenção de complicações secundárias, sendo recomendado seu início o mais precocemente possível. No contexto brasileiro, observam-se diversas barreiras de acesso ao tratamento fisioterapêutico pediátrico especializado. Nesse sentido, é essencial conhecer a evolução motora de crianças submetidas ao tratamento, analisando quais fatores potencialmente modificam a resposta ao tratamento. Essas informações podem ser úteis para otimizar a prescrição da terapia e avaliar os resultados obtidos. Objetivo: Descrever a variação na função motora, antes e após o tratamento fisioterapêutico, em um grupo de crianças menores de 5 anos com PC. Métodos: Estudo transversal retrospectivo, com base em dados de prontuário de instituição especializada na reabilitação neurológica de crianças com PC, englobando o período entre os anos de 2010 e 2020. Foram analisadas variáveis perinatais, características descritivas do quadro clínico e das intervenções realizadas. Para avaliar os desfechos foram utilizadas classificações pré e pós-tratamento do Gross Motor Function Classification System (GMFCS), os escores pré e pós-tratamento do Gross Motor Function Measure (GMFM-66) e cálculo do Gross Motor Function Measure Evolution Ratio (GMFM-ER). Resultados: Foram analisados dados de 82 crianças, com idades variando entre 5 e 69 meses, sendo a maioria do sexo feminino e 48,1% delas prematuras. Em relação à apresentação corporal, a quadriplegia apareceu em 72,5% e o aumento do tônus em 62,1%. Todas realizaram fisioterapia e 92,5% também eram assistidas por fonoaudiologia e terapia ocupacional. 80,5% realizavam fisioterapia no formato intensivo, com mediana de 20h semanais de tratamento. Em relação ao GMFCS, 13 mudaram de categoria para uma superior e em relação ao GMFM, 92% apresentam evolução motora. Além disso, a mediana dos escores de GMFM-ER para aqueles menores de 24 meses foi de 1,78, enquanto para aqueles maiores de 24 meses foi de 5,93. No total, 47,6% das crianças foram consideradas respondedoras após a intervenção. Conclusões: Os resultados sugerem que uma parte considerável das crianças com PC se beneficiam do tratamento fisioterapêutico/multiprofissional em relação aos seus aspectos motores, inclusive aquelas com piores níveis de função motora. Futuramente, os achados deste estudo podem instigar os pesquisadores a conduzirem estudos controlados com amostras mais homogêneas, contribuindo assim para novas descobertas no campo científico e consequente aplicação na área assistencial.