Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Desiderio, Raphaela de Toledo |
Orientador(a): |
Tonini, Ivaine Maria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/166065
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Resumo: |
Trata-se de uma pesquisa-experimentação. Experimentação como pensamento, como criação, como potência de subjetivação. Um pensamento com e pelas imagens na educação geográfica. Uma pesquisa que Intenciona problematizar fotografias didáticas do continente africano presentes em livros didáticos de Geografia, procurando pelos enunciados e formações discursivas que nos fazem ver a África a partir do estereótipo e da alteridade. Trata-se de exercícios de pensamento que objetivam deslocar o já dado do continente pela via das imagens. Intenta-se compreender, num primeiro momento, qual ideia de África está presente em livros didáticos de Geografia, e suas implicações para a construção de saberes sobre o continente numa abordagem geográfica da questão racial. A pesquisa toma como referência o diálogo entre a educação geográfica e os campos dos Estudos Africanos e Pós-Coloniais explorando os elementos que constituem o discurso colonial. Considera a colonialidade do poder, a diferença colonial, e o inconsciente colonial-capitalístico como noções centrais, pois são intrínsecas à formação do sistema mundo moderno/colonial e, portanto, do capitalismo. Nessa perspectiva, a invenção da raça torna possível, dois grandes eventos modernos: o tráfico de africanos e a colonização. Já num segundo momento, a escrita se volta para o exercício de criar modos de deslocar a fotografia de seu lugar de representação, evidência, documento, arrastando-a para exercícios de pensamento capazes de possibilitar práticas de subjetivação com e pelas imagens na educação geográfica, a fim de enfrentar as questões étnico-raciais e a educação pelas imagens na Educação Básica. Problematiza, portanto, a espacialidade da questão racial, encaminhando a análise para a compreensão das invenções, efabulações a respeito da África e sua gente. Os exercícios de pensamento com e pelas imagens procuraram desestabilizar, desarranjar, desorganizar, escapar a uma sequência estabelecida para o estudo do continente africano nos livros didáticos. A técnica da colagem foi utilizada para criar composições de fotoáfricas, algo da ordem da criação do pensamento, algo capaz de fazer a África escapar do lugar que ocupa nas páginas do livro didático. Trata-se de arrastar o pensamento a outras paragens para permitir-se afetar por outras Áfricas, uma África de afetos, uma Geografia de afetos. Percebeu-se que o exercício de desmanchar a África em nós é da ordem da sensibilidade, sendo preciso atuar nessa dimensão para que outros modos de ver, sentir e ouvir Áfricas possa aparecer em nossas práticas com as imagens na educação geográfica e na vida. Experimentar é, portanto, da ordem da criação pela sensibilidade. Os exercícios oportunizaram espaços de discussão sobre a África que nos fazem ver na educação geográfica, mostraram a tensão entre a força das fotografias didáticas, que operam na ordem do clichê, que validam e reproduzem discursos hegemônicos eurocêntricos, e o descompasso em relação às diretrizes para a Educação das Relações Étnico-raciais. Ao mesmo tempo, proporcionaram encontros com e pelas fotografias, colocando-nos em movimento, mobilizando o pensamento para a presença das imagens como potência, como possibilidade de fazer ver e sentir outras Áfricas, Áfricas que surgem de encontros com a literatura, por exemplo, mas que surgem muito mais pela vida que pulsa, pelo desejo de mudar a ordem das coisas. |