Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Lobato, Isadora Brauner |
Orientador(a): |
Pereira, Maria João Veloso da Costa Ramos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/212917
|
Resumo: |
Tadarida brasiliensis (morcego-brasileiro-de-cauda-livre) é uma espécie amplamente distribuída no Hemisfério Ocidental, muito abundante e exclusivamente insetívora. Desempenha importante serviço ecossistêmico relacionado ao controle de pragas. Entretanto, por ter se adaptado com grande êxito ao ambiente antrópico, frequentemente a sua presença está associada a conflitos com populações humanas. Pouco se sabe sobre suas demandas quanto à utilização de abrigos no hemisfério sul, o que impossibilita o manejo adequado da espécie quando necessário. O objetivo deste trabalho foi avaliar a ocupação diferencial de abrigos antrópicos de T. brasiliensis durante a estação reprodutiva, em relação ao microclima, características dos abrigos e da paisagem em redor do abrigo, no extremo sul do Brasil. O trabalho foi realizado durante a primavera e o verão entre os anos de 2015 e 2018 no município de Capão do Leão (RS, Brasil), no Bioma Pampa. Foram realizadas contagens do número de indivíduos em 26 abrigos durante a emergência dos morcegos ao anoitecer através de filmagens com câmeras de infravermelho e de contagens visuais diretas. As capturas dos indivíduos foram realizadas em 11 abrigos com redes de neblina e uma armadilha de harpa. Foram analisadas cinco variáveis de microclima, sete de características dos abrigos e três de paisagem em torno do abrigo (raio de 100 metros). Em cada escala foram construídos modelos lineares combinando-se todas as variáveis coletadas, sendo os modelos comparados através do AICc; quando mais de um modelo apresentou valor de AICc < 2 foi construído um modelo médio. Nossos resultados demonstraram que existe ocupação diferencial dos abrigos, e que o número de indivíduos e a razão sexual são influenciados pelas características estruturais dos abrigos e pela paisagem no entorno. Entretanto, não parece haver ocupação diferencial dos abrigos em relação ao microclima. O tipo de abrigo e o material do forro pareceram ser as variáveis mais importantes para a formação de colônias maiores. Abrigos localizados no forro, e com revestimento de laje e madeira parecem comportar colônias maiores. Fêmeas demonstraram ser mais seletivas, ocupando preferencialmente abrigos sem perturbação humana e com menor quantidade de vegetação obstruindo a saída do abrigo, o que está potencialmente relacionado com a acessibilidade desses locais. Abrigos com maior número de indivíduos foram associados a maior proporção de áreas abertas. A mesma relação foi demonstrada para a proporção de fêmeas. Esses resultados indicam que há ocupação diferencial de abrigos de T. brasiliensis. Isto pode indicar que há seletividade com intensidades diferentes entre 8 machos e fêmeas da espécie. Sugerimos que, a partir do entendimento da dinâmica das colônias da espécie, seja planejada a criação de abrigos alternativos, visando a conservação e a diminuição de potenciais conflitos com as populações humanas. |