Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Percheron, Felippe Santos |
Orientador(a): |
Araujo, Ives Solano |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/225962
|
Resumo: |
O uso cotidiano do termo “inovação” costuma ser associado ao lançamento de novos produtos ou serviços que proporcionam soluções para necessidades percebidas, ou a serem fomentadas em campanhas de marketing, para os mais diversos problemas. No âmbito educacional, essa concepção pode se traduzir na busca por inovações didáticas, de caráter essencialmente técnico, que supostamente solucionarão os problemas de ensino-aprendizagem com pouca ou nenhuma dependência do contexto onde ocorrem. A partir da constatação de que a própria razão de ser da educação, e como promovê-la, está longe de ser consensual, uma visão tecnicista da melhoria das ações didáticas tende a contribuir mais para a abertura de demandas em um “novo” nicho de mercado do que auxiliar na formação das pessoas. Igualmente, concepções de inovações como produtos, ou entes abstratos sem compromisso efetivo com a prática, inibem compreensões mais aprofundadas sobre, e para, seu uso efetivo em sala de aula. Buscamos com esta dissertação realizar um aprofundamento teórico em relação à conceitualização de inovação didática, assim como viabilizar formas de operacionalizar esse conceito. Mais especificamente, desenvolvemos a construção de uma proposta teórica que permita distinguir em que medida algo pode, ou não, se apresentar como uma inovação didática, destacando as suas especificidades educacionais e suas relações com diferentes contextos. Tomamos a Teoria Antropológica do Didático (TAD) como uma possibilidade para iniciar discussões que permitam elucidar mecanismos do fenômeno do estudo, posto que essa teoria propicia realizar análises, a partir de seus construtos (e.g., relações, posições, instituições e praxeologias), sobre as influências da alteração ou inserção de um novo elemento em atividades de ensino e aprendizagem. No entanto, desenvolvimentos e desdobramentos da TAD sobre teorizações acerca de inovações didáticas são incipientes. Ao encontro disso, a Teoria de Difusão de Inovações (TDI), que tem sido utilizada para investigar modificações nas práticas docentes, oferece uma perspectiva sobre inovações, apresentando uma conceitualização mais geral sobre elas, sem adentrar em particularidades das inovações didáticas. Realizamos uma articulação teórica, sob a forma de uma releitura conceitual, entre a TAD e a TDI para caracterizar, analisar e explorar as inovações didáticas. Dessa articulação, compreendemos que inovação didática é um tipo de tarefa, uma técnica, tecnologia, teoria, ou um conjunto desses elementos (praxeologia), julgado(a) racionalmente por uma instância como novo(a) em comparação ao já estabelecido em uma instituição em análise, e capaz de auxiliar alguém, na referida instituição, a estabelecer ou modificar relações, com objetos de estudo, entendidas pela instância julgadora como desejáveis. Com a conceitualização que propomos esperamos contribuir com desdobramentos da TAD, situando antropológica e institucionalmente as inovações didáticas, ensejando amparar a elaboração de um referencial teórico para estudo desses entes. De forma complementar, apontamos possíveis implicações para a pesquisa em ensino, a exemplo da compreensão do grau em que uma inovação pode ou não ser caracterizada como didática, e das complexidades inerentes aos fenômenos de adoção e difusão desse tipo de inovação. |