A indeterminação em português : uma perspectiva discrônico-funcional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Faggion, Carmen Maria
Orientador(a): Zilles, Ana Maria Stahl
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/14746
Resumo: A indeterminação recobre uma noção semântica em que o referente não é identificado: alguma coisa na frase designa um ser (ao que tudo indica animado) cuja referência, em princípio, não é possível determinar. Retomando trabalhos já feitos sobre esse assunto, e investigando textos de diferentes séculos, nosso objeto de estudo é a função de indeterminação, sob as diversas formas em que se apresenta, em português. Nosso estudo assume uma perspectiva funcionalista, com apoio também na Lingüística Histórica. O objetivo geral da pesquisa é identificar e analisar casos de indeterminação, manifestada por marcas morfossintáticas e lexicais, em português escrito, em diferentes séculos, buscando evidências de variação (e mudança) dos recursos de expressão de tal uso e analisando sua freqüência de emprego, através de estudo qualitativo e quantitativo. Os resultados permitem algumas verificações. Uma é o aumento de frases de interpretação dupla (tanto reflexiva como passiva), que apareceram com muita freqüência no século XX. Embora a construção seja ambígua, a informação transmitida não é. Outra verificação é a das restrições morfossintáticas que incidem sobre expressões lexicais que expressam indeterminação. Confirma-se mais uma vez o uso do se indeterminador como a forma mais freqüente desde o século XVI. Também marcam presença – e desde registros muito antigos – a terceira pessoa do plural e a passiva sem agente. Todas as formas que indicam indeterminação têm restrições de alguma ordem – sintática, semântica, morfológica. Assim, embora a interpretação arbitrária se construa no discurso, suas marcas acabam entrando no sistema da língua.