Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Estivallet, Lorenzo Bicca |
Orientador(a): |
Silva, Felipe Gonçalves |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/283166
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Resumo: |
Esta dissertação reconstrói a crítica à segregação urbana elaborada por Iris Marion Young nas obras Justice and the Politics of Difference (1990) e Inclusion and Democracy (2000). Com base na hipótese de uma virada espacial latente no modelo teórico da filósofa, estudam-se os desenvolvimentos conceituais que permitiram a ela criticar a segregação residencial como um tipo de injustiça estrutural constitutivo de obstáculos ao aprofundamento da democracia. Pretende-se responder quais as implicações de uma crítica à segregação urbana que tem as noções de justiça e democracia como sua base de validade. A partir de uma concepção negativista e relacional de justiça, investigam-se as dimensões da opressão como expressões das injustiças sociais vivenciadas por distintos grupos sociais no espaço urbano. Young critica as experiências de sofrimento social nas cidades em nome de um ideal de vida urbana que se orienta pela defesa da política da diferença enquanto alternativa aos debates político-normativos do final do século XX. Em um segundo momento, examinam-se as modificações no projeto intelectual da autora ao desenvolver sua teoria democrática para condições injustas. O vínculo entre inclusão social, justiça e democracia passa a ser concebido por meio de uma categoria de grupo social estrutural, que não abdica da leitura relacional da injustiça, mas possibilita a contraposição a aspectos eminentemente políticos do modo de vida segregado nas metrópoles, definido especialmente por critérios de raça e classe. O trajeto deste trabalho é delineado pela passagem entre a análise das formas urbanas de injustiça e os elementos positivos que constituem a efetivação da crítica. A reelaboração do ideal de vida urbana enquanto solidariedade diferenciada sustenta-se por uma representação espacializada da democracia, que tem sua base normativa negada pela concentração e de falta de acesso a recursos e debilitações na malha das relações de reconhecimento e interação pública. A imaginação crítica de Young possibilita que se pense, por meio de uma gramática espacial, os impedimentos contemporâneos à emancipação social. É por isso que apesar dos limites temporais, territoriais e políticos apontados ao longo da reconstrução, o presente esforço teórico procura auxiliar na politização das experiências contemporâneas de dominação e opressão vividas no cotidiano urbano. |