Experiência do paciente na comparação da punção venosa periférica com uso da ultrassonografia versus a punção venosa periférica convencional : ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Junges, Marina
Orientador(a): Silva, Eneida Rejane Rabelo da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/239252
Resumo: Introdução: o uso de ultrassonografia para orientação da punção venosa periférica em pacientes adultos pode impactar na sua experiência durante a internação hospitalar. Estudos com metodologias robustas que possam agregar conhecimento sobre essa temática são úteis para a prática clínica. Objetivo: este estudo se propôs a comparar a experiência do paciente na punção venosa periférica orientada por ultrassonografia com a punção venosa periférica convencional (palpação/visualização). Método: trata-se de um ensaio clínico randomizado (ECR) tipo PROBE (Prospective Randomized Open Blinded End Point), paralelo, controlado e de centro único. Este estudo foi intitulado: Patient experience with ultrasound-guided versus conventional peripheral venipuncture: PERCEPT Clinical Trial, registrado na plataforma ClinicalTrials.gov sob o registro: NCT04853290. O estudo foi conduzido em um hospital público universitário, de junho a agosto de 2021. Foram incluídos pacientes adultos internados por qualquer condição clínica não cirúrgica, com indicação de terapia intravenosa compatível com acesso venoso periférico. Os participantes foram divididos em: grupo intervenção (GI) - punção venosa periférica com ultrassom executada por enfermeiros especialistas de um programa de acesso vascular; e grupo controle (GC) - punção venosa periférica convencional executada por enfermeiros da prática clínica. A randomização foi realizada em blocos de diferentes tamanhos e estratificados por idade, através de uma ferramenta própria do software Research Electronic Data Capture (REDCap). O desfecho primário incluiu a experiência do paciente com relação a dor durante o procedimento e sua relação com o método utilizado para a obtenção do acesso venoso, avaliado por meio da Escala Numérica Verbal (ENV), Net Promoter Score (NPS) e Escala Likert (EL). Desfechos secundários incluíram o tempo de permanência do cateter venoso periférico e as complicações ocorridas durante a permanência do dispositivo venoso. Todas as variáveis foram monitoradas diariamente por oito dias, término do tratamento, alta ou óbito, o que ocorresse primeiro. Resultados: foram incluídos 64 pacientes: GI (n= 32) e GC (n=32), sexo feminino (51,5%), predomínio de raça branca (87,5%) e média de idade 56 ±16 anos. A dor experenciada pelo paciente imediatamente após o procedimento de punção venosa periférica, foi “nenhuma a leve” no GI, para 25 (78,1%) pacientes, e moderada a intensa no GC para 21 (65,7%) pacientes, P <0,001. Na análise não categorizada da dor observou-se GI: 2 (1 – 3) vs. GC: 4 (3 – 6), P < 0,001. A experiência do paciente quanto ao método utilizado para a obtenção do acesso venoso foi positiva em ambos os grupos. A recomendação do procedimento no GI (NPS +90,6%) vs. GC (NPS +18,8%) foi considerada excelente e boa, respectivamente (P <0,001). Pacientes do GI apresentaram menor desconforto (P= 0,011) e maior segurança (P <0,001); relataram impressão mais positiva quanto ao local escolhido para o acesso venoso periférico (P <0,001) e ao número de tentativas para a punção (P <0,001). Não se observou diferença significativa entre os grupos quanto ao tempo de permanência do acesso venoso periférico (P= 0,704) e às complicações ocorridas (flebite, lesão e infiltração) durante a permanência do dispositivo venoso (P= 0,257). Conclusões: os resultados deste ECR permitem concluir que a experiência dos pacientes puncionados com acesso venoso periférico orientado por ultrassonografia, executados por enfermeiro especialista, foi superior à dos pacientes que receberam o acesso pelo método convencional. Os pacientes apresentaram menos dor e recomendaram de maneira significativa o procedimento orientado por ultrassom.