Maçonaria, do secreto ao discreto: comunicação organizacional e gestão da (in)visibilidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vinhola, Bruno Garcia
Orientador(a): Baldissera, Rudimar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/231662
Resumo: A proposta desta tese está inserida no (sub)campo da comunicação organizacional a partir de uma reflexão sobre estratégias e práticas comunicacionais de organizações em perspectiva de gestão dos seus níveis de (in)visibilidade no atual contexto sociotécnico. Nos interessamos, em específico, por processos comunicacionais em/de organizações que são reconhecidas por seu caráter secreto. Nessa perspectiva, o objetivo geral desta pesquisa é o de compreender como a maçonaria interpreta o atual regime hegemônico de visibilidade ampliada e gerencia a (in)visibilidade em seus processos de comunicação organizacionais. Para isso, o interacionismo simbólico (MEAD, 1982; BLUMER, 1982) é o principal fundamento epistêmico que empregamos. Dentre os aportes teóricos, destacamos alguns dos principais temas (e autores) que acionamos neste estudo: comunicação organizacional (BALDISSERA, 2004; 2009a; 2009b; 2009c); cultura e cultura organizacional (GEERTZ, 2008; MORIN, 2005; SCHEIN, 2009); teorias do imaginário (RUIZ, 2003; SILVA, J., 2003); visibilidade (THOMPSON, 2008; 2018; BRUNO, 2004; COULDRY; HEPP, 2017); e segredo (SIMMEL, 1999; 2008; DESPRET, 2011). Em termos de procedimento metodológicos, o percurso foi realizado em quatro fases: 1) análise de redes sociais online para examinarmos as redes constituídas no Twitter em torno do tema ‘maçonaria’; 2) análise de conteúdo dos sites oficiais da maçonaria para perscrutarmos o que é dado a ver (visibilizado) pela fala autorizada maçônica; 3) entrevistas com iniciados na maçonaria para compreendermos os olhares dos sujeitos que compõem a organização; e 4) análise transversal para articularmos os achados obtidos nas fases anteriores. Como resultados mais relevantes, primeiramente evidenciamos que não há pressão expressiva dos públicos para que a maçonaria amplie seus níveis de visibilidade, ao contrário, há uma produção de conteúdo considerável sobre a organização por parte de atores individuais que não procuram aproximações com as representações oficiais da maçonaria. Nos sites oficiais, identificamos que a maçonaria avança – ainda que de forma bem calculada – em um movimento de dar-se a ver, em virtude do maior controle sobre a representação que as lógicas dessas mídias possibilitam. Verificamos, também, que a organização não conta com uma política de comunicação formal e explícita, porém há uma orientação rígida que, mesmo não formalizada, revela um domínio tácito sobre um comportamento específico a ser seguido. Identificamos, ainda, que os maçons atentam para as afetações do atual regime de visibilidade ampliada, especialmente em função da preocupação com a continuidade da organização. E, principalmente, compreendemos que a gestão da (in)visibilidade na maçonaria está alicerçada em uma lógica básica, em que a comunicação discreta – da qual revelamos alguns fundamentos e estratégias – se destaca.