Perspectivas epidemiológicas sobre a disfagia orofaríngea em idosos independentes da comunidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rech, Rafaela Soares
Orientador(a): Hilgert, Juliana Balbinot
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/205923
Resumo: A disfagia orofaríngea (DO) representa um importante indicador de saúde. As estimativas de prevalência e de incidência de DO em idosos independentes da comunidade ainda não estão estabelecidas no panorama mundial, sendo que a presença de doenças crônicas e neurológicas contribui para a variabilidade destes dados. Considerando a lacuna existente na literatura sobre as estimativas epidemiológicas desta população esta tese objetiva estimar a prevalência, incidência, fatores associados e de risco da DO por intermédio de dois artigos inéditos. O artigo um objetivou estimar a prevalência e os fatores associados à DO em idosos independentes da comunidade através de revisão sistemática e metanálise. A revisão foi conduzida nas bases de dados eletrônicas MEDLINE, EMBASE, Scopus, Web of Science, entre outras. A prevalência de DO foi agrupada por metanálise de proporções. As medidas de associação foram agrupadas por metanálise geral, usando a transformação logit de Razões de Chances/Prevalências e o erro padrão foi estimado pelo intervalo de confiança de 95%. Os resultados demonstram que a prevalência estimada de DO no panorama mundial foi de 25,93% (IC95%:19,89-33,04%). A prevalência foi significativamente diferente entre os países, porém não difere entre os métodos de avaliação. As análises ajustadas demonstram que principalmente as alterações biológicas e fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, sexo, condições de saúde (doenças crônicas, doenças neurológicas e número de medicamentos), saúde bucal (número de dentes funcionais e xerostomia) e questões psicológicas (depressão), foram os fatores associados significativos da disfagia orofaríngea. Concluiu-se que importantes fatores já estão descritos na literatura e devem ser considerados, otimizando assim o atendimento ao idoso. A alta prevalência encontrada reforça a importância de medidas de prevenção, promoção e diagnóstico/reabilitação precoce, representando prioridade nos cuidados de saúde. O artigo dois objetivou analisar se os comprometimentos da função nervosa periférica sensório-motora estão associados a um maior risco de comprometimento da deglutição em idosos. Trata-se de uma coorte retrospectiva com dados do grupo Health, Aging and Body Composition Study. Foram acompanhados 607 idosos, com média de idade de 75,8(±2,67) anos. No baseline deste estudo todos os idosos foram submetidos a testes que investigaram a integridade 13 nervosa periférica e a autopercepção de dificuldades na deglutição. Foram mantidos no seguimento apenas aqueles que não autoreportaram dificuldades. Uma década depois estes idosos foram investigados quanto a autopercepção de dificuldades na deglutição. A análise ajustada dos dados foi realizada utilizando uma abordagem teórica hierárquica estimadas por regressão logística (Razões de Chances (RCs)). Os seus resultados demonstram que a incidência de alterações na deglutição foi de 108 (17,8%). O modelo final ajustado demonstrou que os comprometimentos do nervo periférico associados ao comprometimento da deglutição foram dormência (RC=4,67; IC95%:2,24-9,75) e baixa velocidade de condução do nervo motor (RC=2,26; IC95%:1,08-4,70). Concluiu-se que os comprometimentos iniciais da velocidade de condução do nervo motor e os sintomas de dormência nas pernas ou nos pés estão associados a uma maior probabilidade de dificuldades na deglutição na década seguinte em idosos da comunidade, destacando importantes marcadores clínicos e subclínicos.